quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

É MAIS FÁCIL PROIBIR DO QUE EDUCAR

Para iniciar o meu blog, escolhi um tema para lá de polêmico, e que diz respeito a nós que tratamos com o vinho e outras bebidas como profissão.

Amanhã entra em vigor a MP 415, que proíbe a venda e consumo em estabelecimentos à margem de rodovias federais, e o governo está estudando mais uma série de medidas a serem adotadas, como multas majoradas, diminuição do índice de gradação alcoólica permitida, proibição e multa para motos trafegando entre faixas...

Minha atividade ligada à harmonização de vinhos e comidas, me leva a pensar no efeito que se tem do outro lado da moeda.

Tenho uma família de grandes amigos, que vivem com o resultado das vendas da mais famosa costelaria de beira de estrada, onde se pratica de modo simples, uma alta gastronomia caipira, e onde também uma parte substancial do resultado advém da venda de vinhos, cervejas e destilados; estou falando do Rancho do Vinho, do meu amigo Celso Frizon situado às margens da BR116, e que além de tudo, ao longo de 15 anos, tem sido o maior incentivador dos pequenos vinhateiros do sul.

Não estou falando do Rancho do Vinho por ser amigo do Celso, mas sim porque a minha opinião é esta, e por ser este um ótimo exemplo do assunto que aqui comento.

Estas bebidas acompanham, via de regra, a gastronomia, se harmonizando com os pratos do cardápio, e que são sugeridas por sommelier, coisa rara diga-se de passagem, em estabelecimentos congêneres.

Como fica este estabelecimento agora, véspera do início da MP?

Como ficam outras centenas, senão milhares de estabelecimentos por este imenso território?

Para quem conhece, harmonizar um vinho e uma boa carne assada, por exemplo, é uma matemática diferente, que como sempre digo em palestras, "um mais um é igual a três", pois o resultado é melhor do que as parcelas sozinhas. Os vinhos são exaltados e a comida também, quando harmonizados corretamente.

Eu, gostaria mais de ver o empenho em se educar ao consumo responsável de bebidas, do que a imposição forçada da proibição.

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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