quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Adão Morellatto e sua análise sobre o mercado de vinhos.

Meninas e meninos,
Meu querido amigo Adão Morellatto, me mandou sua análise sobre o marcado de vinhos, da qual comungo integralmente, e aqui a replico na íntegra:

“Ao término de mais um ano fiscal, apresentamos á analise da Importação de Vinhos no mercado brasileiro.
Mesmo vivendo um momento de litígio, devido a imposição da aplicação de "Selos Fiscais" sobre vinhos em vigor desde Janeiro de 2011, a Importação apresenta um crescimento considerável, mesmo apresentando uma valoração cambial por volta de 20% a partir do 3º trimestre de 2011. Pessoalmente credito esta performance a nossa vigorosa Classe CD, que avança em ritmo chinês, curioso é que o consumo Per Capita não avança na mesma proporção, é mais um avanço qualitativo e não quantitativo.
Como em anos anteriores, as 3 principais classificações (Vinhos, Espumantes e Champagne) estão agrupadas para entender melhor a performance. Em 2011, o crescimento foi de 16,54%, onde todos os países, exceto a Africa do Sul, apresentaram crescimento. Assim se manifestou o ranking vitivinícola.
1º = CHILE: Mantendo sua hegemonia e na ponta há exato 10 anos, em 2011 cresceu 16,30%, com participação de 29,10% em valor e 35,14% em volume. Um dos primeiros países produtores a acreditar no potencial brasileiro e investir em comunicação em nosso país, colhe os frutos de um trabalho árduo, difícil e altamente competitivo. Seus produtos de qualidade aprovada e custo relativamente acessível, caiu nas graças do consumidor. Não há nenhuma expectativa ou indícios de que esta posição seja alterada em alguns bons anos a frente.
2º = ARGENTINA: Como em anos anteriores, segue na 2ª posição, mas curiosamente cada vez mais qualificando seus produtos, em média os vinhos argentinos são 10,30% mais caros que os chileno's. E nítida e perceptível nas góndolas de que os tradicionais vinhos genéricos, sem distinção de variedades, estão sendo substituídos veloz mente por vinhos varietais de casta única ou blends. Seu crescimento foi de 12,41%, participando com 21,40% em valor e 23,32% em volume.
3º = FRANÇA: Devido a metodologia de análise, este país, posiciona-se neste ranking, pela excelente contribuição do Vinho tipo Champagne, que representa 41,00%, seu crescimento foi de 19,75 sobre 2010, com 14,67% de participação em valor e 5,76% em volume, com um custo médio de USD 5,41 por garrafa (valor de entrada, não estando computado aqui, nossa extensa e absurda carga tributária).
4º = ITÁLIA: Rivalizando com Portugal já a alguns anos, cresceu 21% em 2011. Por ter um peso muito grande na pauta de exportação do vinho tipo Lambrusco, algo próximo de 48,90%, o custo unitário de vinhos deste país são os mais econômicos da comunidade européia, em média de USD 2,22 por garrafa. Sua performance foi de 13,81% em valor e de 17,28% em volume.
5º = PORTUGAL: Cresce acima da média, com 19,09% em 2011, e participa com 12,03% em valor e 11,01% em volume. Notabiliza-se por ser um grande exportador de variedades típicas exclusivas e endêmicas.
6º = ESPANHA: Impressiona o crescimento deste país pelo segundo ano consecutivo, com índice de 32,12% e ainda mais intrigante é que seus vinhos são em média relativamente 83% mais caros que os vinhos italianos. Este crescimento é duradouro e contínuo, pois a Espanha, decidiu sair e explorar novos potenciais mundo afora, é grande a presença de organizações regionais espanholas, identificando novos nichos de negócio aqui ao longo do ano. Sua participação foi de 4,75% em valor e de 3,39% em volume.
DEMIAIS PAÍSES: Participam com apenas 4,24% em valor e de 4,10% em volume, destaque para a queda de 68,58% da Africa do sul e crescimento de 50,75% da Austrália, 33,88% da Nova Zelândia e 30,63% dos USA.
Há um grande euforia e entusiasmo mundial, com relação ao potencial de crescimento de consumo no Brasil, devido a crise que se mantém nos principais países consumidores. Eu mesmo vivi esta situação em Novembro como membro convidado em Siena na Itália, onde haviam 2 únicos convidados: China e Brasil, para o 2° fórum of the Italian Wines. Era muito grande a expectativa de todo o setor para que estes 2 países sejam a médio e longo prazo, os propulsores de negócios vitivinícola da Itália.
Existe uma queda abrupta de consumo interno em todos os países produtores na Europa, sem exceção, por diversos motivos: Leis mais severas no consumo de álcool e condução de veículos, mudanças de hábitos de consumo da juventude para outras bebidas como cervejas e destilados e principalmente a uma economia em franco declínio, que não mostra sinais de recuperação a médio prazo.
Como já manifestado e comunicado em anos anteriores, as regras de mercado e de consumo são ditadas e regidas pelos consumidor, a legislação pode até atrapalhar e complicar em alguns momentos, mas pela agilidade e adaptação que os Importadores aqui estabelecidos se movimentam e se interagem para trazer a este mesmo consumidor, produtos de qualidade a preços acessíveis, mesmo tendo a mais alta carga tributária para este produto no mundo. Não há argumento plausível capaz de mudar os hábitos do consumidor, que já possui conhecimento e aptidões para reconhecer aquilo que deseja provar, independentemente de ter um custo adcional ou não. Não será 2 ou 3 reais a mais, que ele irá migrar para os vinhos nacionais, posição tão sonhada por nossos produtores locais. O consumo e crescimento deste segmento dá-se por atividades constantes e contínua de comunicação, degustação, interação, inovação, renovação, capacitação e ação.
Usar os argumentos de que "Selo Fiscal" é para coibir e proibir a entrada de vinhos ilegais é pura demagogia, pois pouco setores da economia, são tão taxados como este, e todos os tributos são recolhidos na íntegra antes mesmo de chegar ao Armazém dos Importadores. Também não há aporte de dinheiro público via BNDES na Importadoras, todas elas atuam e trabalham com recursos próprios, ao contrário dos locais que buscam incessantemente estes recursos”.
PS. Caso queiram dados mais específicos como tabelas e planilha, favor comunicarem e solicitarem..
"Análise e deduções de minha inteira responsabilidade, sem nenhum vínculo comercial e financeiro com empresas privadas ou organismos públicos, de carater apenas elucidativo e informativo, estando totalmente livre para publicação em qualquer canal que seja, não estando permitido porém, qualquer alteração em seu conteúdo e pensamento".
FONTES: MDIC, SRF, BACEN e MAPA
Abraços
INTERNATIONAL CONSULTING
ADAO AUGUSTO A. MORELLATTO
R. Laura B. Nascimento, 245
Mairipora - SP - 07600-000
Tel. 55 11 4419.2286 - Cel. 55 11 7361.4333
Nextel: 55*50837*23
MSN: adao.morellatto@hotmail.com
SKIPE: ADAOMORELLATTO
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

2 comentários:

Anônimo disse...

Álvaro, parabéns pelo excelente post.
Abraço, João Renato.

Álvaro Cézar Galvão disse...

Obrigado, continue me prestigiando João
Abraços de luz