Meninas e meninos,
Já fiz comentários sobre um vinho que gostei muito desde que o degustei pela primeira vez.
Estou falando do Molise D.O.C Falanghina, da Azienda Agrícola Colle Sereno, e que é importado hoje pela Costazzurra.
Pois bem, fiz uma destas harmonizações, que alguns consideram muito difíceis, mas que eu gosto de experimentar justamente pelas dificuldades, pois as regras gerais de harmonização, todos podem ler nos Alfarrábios, Internet, revistas especializadas, mas na prática poucos fazem.
Sempre em palestras digo que o importante é a harmonia como um todo, levando-se aí em conta o tempo, tanto em aspectos climáticos, como o tempo pessoal, tanto de “litragem” , como o astral pessoal de cada degustador, sendo o gosto pessoal absolutamente indispensável para o prazer da harmonização, tanto da gastronomia como do vinho, o clima de afeição e “harmonia”, muito importante também, enfim são muitas regras mais que as que podemos citar, quando somente levamos a técnica em consideração.
Por isso tenho feito algumas harmonizações distintas das usuais, e desculpem-me por falar assim, com muito sucesso, é o que se comenta dentre os participantes da experiência.
Fiz uma Fabada, que não era Asturiana, porque não coloquei açafrão, que nas Astúrias é indispensável, e também fui módico em algumas carnes de porco mais gordas, tais como orelha e rabo.
Também faz algum tempo soube que não é com favas e sim com feijão branco que se prepara este prato, e assim o fiz.
O Falanghina, que não é para ser um vinho muito estruturado, não deveria ser em princípio, o companheiro ideal para os feijões, mas este vinho da Colle Sereno, tem 13º de álcool, e uma acidez muito marcante, o que me levou a “testá-lo” nesta harmonização.
Para mim não foi surpresa, mas para meu convidado, que ainda está na fase de ler mais e degustar menos, como bom São Tomé, não acreditava muito na combinação, e queria ver o resultado.
Pois ele também gostou muito da interação da gastronomia e vinho, sendo dele a observação de que a impressão forte que os feijões têm, ficou amansada pelo vinho, sem descaracterizar a textura das carnes e a oleosidade do prato.
Estou narrando este episódio, mais para reforçar a minha tese de que temos mesmo é que ousar, degustar, e mentalmente após algum tempo de experiência, harmonizar gastronomia e vinhos, e depois colocar em prática estas ousadias, que nem sempre estão nos livros.
http://www.costazzurra.com.br/
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
domingo, 5 de abril de 2009
Quem não ousa em enogastronomia, perde bons momentos.
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