Meninas e meninos,
Como não aplaudir nossa indústria vitícol e publicar na íntegra um release como este que recebi do Ibravin?
Eu me sinto confortável, pois já em 2009, quando soube das experiências do Mario Geisse com o
TPC em suas propriedades, imediatamente publiquei, e ainda ano passado, estive em sua vinícola conversando com o enólogo Carlos Arbazua sobre os bons resultados do processo.
Vamos ao release:
Uma tecnologia inovadora, que promete eliminar ou reduzir significativamente o uso de agrotóxicos e pesticidas, está sendo usada por 42 produtores (sendo 22 vinícolas) de uva no Brasil. A tecnologia TPC (Thermal Pest Control), ou seja, controle térmico de doenças e pragas, é um processo de imunização de culturas agrícolas à base do ar quente, que está sendo aplicada na atual safra em mais de 1.000 hectares por 50 máquinas – 19 no Rio Grande do Sul, seis em Santa Catarina e 25 em Petrolina, no Vale do São Francisco. “Estamos diante da varinha de condão do setor vitivinícola, que pode utilizar esta ferramenta revolucionária para estar na vanguarda da demanda mundial por produtos orgânicos”, diz o gerente de Promoção e Marketing do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), Diego Bertolini. Segundo o gerente-executivo da Lazo TPC no Brasil, Diego Arpini Valerio, na próxima safra, pelo menos o dobro de máquinas serão utilizadas pelos produtores de uva e vinho no Brasil. “Acreditamos que no mínimo teremos 100 máquinas Lazo TPC em operação no Brasil na próxima safra, mas este número pode ser bem maior”, informa.
Descoberta no Chile por Florêncio Lazo, a tecnologia foi testada pelo enólogo Mário Geisse na sua vinícola, a Geisse, em Pinto Bandeira, em 2008. No ano seguinte, 2009, Mário Geisse passou para a tecnologia para a Dunamis, Vinhos e Vinhedos, onde é consultor, e para Lidio Carraro, que fornece uvas para a sua vinícola. “Já no primeiro ano de uso, em 2008, obtivemos uma safra especialmente boa, com uvas Chardonnay e Pinot Noir sem qualquer resíduo de agrotóxico e de qualidade superior”, conta o precursor da tecnologia no Brasil.
Entretanto, conforme ele, o resultado da safra de 2009 foi mais surpreendente. “Além de eliminarmos o uso de pesticidas e agrotóxicos, a análise das uvas encontrou a presença do dobro de resveratrol, uma substância que combate o envelhecimento das células, em comparação com as outras uvas tratadas com agrotóxicos”, comenta o diretor comercial da vinícola, Daniel Geisse, também diretor da Lazo TPC Brasil, que forneceu a tecnologia aos 50 viticultores brasileiros nesta safra.
Lançamentos
Dois vinhos elaborados com uvas tratadas com esta nova tecnologia já estão disponíveis no mercado. O vinho branco Dunamis Ser, lançado no final de novembro, é o primeiro rótulo branco do Brasil a ir ao mercado com a aplicação da TPC. Entre os tintos, o primeiro vinho com esta tecnologia lançado é o Dádivas Pinot Noir da Lidio Carraro, safra 2010. Os espumantes da vinícola Geisse, da safra 2008, chegam em meados deste ano ao mercado.
“As análises feitas com nossas uvas não detectaram resíduos de agroquímicos, com exceção daqueles permitidos nas culturas orgânicas”, destaca o enólogo uruguaio Javier Gonzalez Michelena, da Dunamis. “A safra de 2010, que teve sérios problemas climáticos, foi a nossa melhor safra graças a esta nova tecnologia”, destaca a enóloga Monica Rossetti, coordenadora técnica da Lidio Carraro. O enólogo Juliano Carraro, que também é diretor comercial da vinícola, observa que percebeu uma série de vantagens qualitativas na utilização desta tecnologia, tais como sanidade e maior consistência das uvas. “Isso nos permitiu uma maior flexibilidade em aguardar o momento ideal para a colheita em sua maturação plena”, destaca.
Diego Arpini Valerio lembra que um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, concluiu que a máquina de ar quente reduz em 40% a emissão de dióxido de carbono em comparação com o uso de defensivos. Monica Rossetti observa que a tecnologia traz uma novidade no sistema de gestão vitícola para o tratamento fitossanitário das videiras. O objetivo é reduzir o impacto ambiental, substituindo a aplicação de fungicidas sistêmicos (intervenção química) pela aplicação de um jato de ar quente (intervenção física).
Na produção vitícola, o Brasil é o primeiro país a usar esta tecnologia. O sistema ainda pode ser aplicado para o cultivo de tomate, café, pêssego, kiwi, maça, melão, abacaxi, laranja, morango, entre outras. As máquinas TPC estão em operação no Chile, Nova Zelândia, Estados Unidos, África do Sul, Argentina, México e outros países europeus.
Operação
O funcionamento da tecnologia é simples e fácil de manusear. Uma máquina rebocada por um trator lança um ar quente (de 120ºC a 150ºC e 120Km/h) nas plantas, utilizando um sistema de combustão de gás liquefeito de petróleo (GLP). “O jato de ar quente elimina fungos, bactérias e insetos”, comenta o diretor-presidente da Dumanis, José Antônio Peterle. A nova tecnologia ainda possui benefícios extras, como para a saúde dos trabalhadores, a diminuição do uso de água e de pesticidas na natureza, contribuindo para a preservação do lençol freático, e uma queda nos custos de produção.
Descoberta
A tecnologia TPC surgiu de uma experiência doméstica. Em 1999, o agricultor chileno Florencio Lazo testava equipamentos capazes de inibir as geadas que prejudicavam a produtividade de suas lavouras no Chile. Entretanto, ao fazer as aplicações, por alguns segundos, de um jato de ar em alta temperatura, ele percebeu que as plantas não tinham qualquer dano, ao contrário, tornavam-se mais resistentes. Assim nasceu a TPC.
Vejam as vinícolas e/ou produtores que estão usando a nova tecnologia em seus vinhedos na safra de 2011:
RS – região da Serra Gaúcha :
Bento Gonçalves – Vinícola Geisse / Vinícola Miolo / Vinícola Don Giovanni
Farroupilha – Vinícola Perini
Alto Feliz – Vinícola Don Guerino
Vacaria – Rasip (Miolo WG)
RS – região da Campanha :
Encruzilhada do Sul - Vinhedos da Quinta (antiga Angheben) / Cooperativa Aliança / Vinícola Lidio Carraro / Vinícola Chandon
Candiota – Vinícola Fortaleza do Seival (Miolo WG)
Dom Pedrito – Dunamis / Guatambu Vinhos Finos
Pinheiro Machado – Hermann & Hermann
RS – região da Fronteira:
Santana do Livramento – Vinícola Almadén (Miolo WG)
SC – região da Serra Catarinense (São Joaquim):
Vinícola Quinta da Neve / Vinícola Suzin / Vinícola Santo Emilio / Vinícola Pericó / Villaggio Bassetti
SC – região Central de Tangará, Videira e Pinheiro Preto
Villaggio Grando
PE/BA – região Vale do São Francisco (Petrolina, Juazeiro, Casa Nova, Vermelhos)
Vinícola Ouro Verde ( Miolo WG) e mais 20 produtores de uvas de mesa
Mais informações em
http://www.lazotpcdobrasil.com/