quinta-feira, 22 de março de 2012

Bordeaux La Grange para acompanhar porco e lentilhas.


Meninas e meninos,
Uma das dificuldades que todos os amantes de vinhos encontram, e um dos complicadores que os sommeliers enfrentam em seu dia a dia, é o de indicar e escolher um único vinho que vá harmonizar bem com os pratos diferentes, tanto dos comensais, como os que integram a bateria na seqüência de entradas, primeiros e segundos pratos.
Tenho tomado como base da escolha, e isto é pessoal, o prato principal digamos “mais” difícil ou complicado de harmonizar.
Um exemplo é aquele prato composto de várias iguarias, ou aquele com mistura de etnias, ou ainda o que tem características únicas de peso, aromas, graxos etc...
Para resolver de maneira mais técnica, só mesmo os vinhos em taças, ou se os pratos forem iguais.
Para exemplificar, ao jantar no O’ Doul’s Restaurant & Bar, do premiado chef Chris Whittaker, para entradas uma terrine de pato e galinha com geléia de berries(este foi escolha unânime), primeiros pratos bem diferentes como uma marinada selvagem de cogumelos orgânicos, pastry(espécie de rolinhos fritos e maple syrup) e folhas frisé, e um carré de cordeiro, purê de menta, uvas passas, geléia de berries e salada de quinoa, e segundos pratos mais diversos ainda, onde para um atum com risoto de mascarpone e lagostas ao perfume de limão, e tornedos de porco com cassoulet de lentilhas( verdadeiro festival de sabores) e purê de maçãs, acabei escolhendo um que fosse corte, e fui de Chateau Roquetaillade La Grange, Grand Vin de Bordeaux 2007, Graves, onde normalmente temos um corte de Merlot, Cab.Sauvignon, Cab.Franc, podendo ter também Petit Verdot, combinação que os tornam mais amigáveis aos agridoces, cogumelos e carnes como porco, ficando o atum (peixe forte e escuro), mais fácil, sobrando a lagosta que envolta em amidos e dulçor do risoto e mascarpone, além do cítrico do limão, para tirar a dúvida na hora “h”.
Pois bem, o vinho estava com taninos bem doces e domados, safra 2007, muito frutado, levando-me a crer que boa dose de Merlot e Petit Verdot se mostravam.
Em recente degustação no Brasil, vimos os Bordeaux da safra 2009, vários já bem dóceis quanto aos taninos.
Quanto mais ficou em taça, mais frutas e especiarias apareciam, e com seus 12,5% de álcool, não cansou degusta-lo à temperatura mais alta, já que a calefação interna dos locais fechados beira os 27ºC.
Uma das observações que faço é que em várias partes pelas quais viajei, as pessoas até podem consumir muitos litros por habitante a mais que nós do Brasil, mas não sabem segurar as taças, serviço de vinho bem feito é raríssimo, ai incluindo-se a temperatura com que servem os vinhos, incluindo-se os brancos.
Os pratos estavam maravilhosos, nada como alta gastronomia global, onde a leitura dos pratos, cada chef a faz, com ingredientes e costumes locais.
Como abaixo segue o site do O’ Doul’s, poderão ver os preços pagos pelos vinhos, pela gastronomia, a cada dia ou semana, o chef recomenda uma seleção com entradas, primeiro e segundos pratos, que foi a que escolhemos.
Os preços sempre acrescidos das taxas e eventuais gorjetas.
A foto não é a do vinho, que poderá facilmente ser encontrada na web, mas a do porco com lentilhas, verdadeiro festival de sabores e aromas.
O’Doul’s Restaurant & Bar
http://www.odoulsrestaurant.com
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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