sábado, 26 de março de 2011

Harmonizar vinhos potentes com gastronomia inventiva é prazeroso.


Meninas e meninos,
Em visita ao Brasil, José Miguel Viu, proprietário da muito conhecida vinícola Chilena, Viu Manent, que tem seus vinhos aqui no Brasil, pelas mãos da Hannover vinhos, nos trouxe seus caldos das uvas Carmenère e Malbec provenientes dos seus vinhedos chilenos.
Organização competente como de praxe da Fernanda Fonseca, assessora das mais prestigiadas, e com a presença de amigos jornalistas e críticos da área, foi-nos oferecido um jantar após a degustação, no ótimo Dui Restaurante, da eficiente e linda Bel Coelho.
Degustamos nove vinhos, não sem antes “limpar” as bocas e gargantas secas, com um Secreto Sauvignon Blanc de boas vindas.
José Miguel, um dos responsáveis, dentre outras coisas, pela implementação do circuito enoturístico Rota do Vinho do Valle de Colchágua, nos brindou com a condução da palestra.
Os vinhos,
Viu1- safras 2006; 2007 e 2008.
El Incidente– safras 2007 e 2008
Single Vineyards Malbec– safras 2007 e 2008
Vibo– safras 2007 e 2008
Começamos com os Viu Single Vineyard Malbec, e que dentre as duas safras, minha preferida foi a de 2008, mais “completo” com características semelhantes, porém mais exuberante, um tanto mais “doce” e taninos mais pronunciados, tornando-o ótimo acompanhamento das gastronomias.
Passamos aos Vibo Malbec Limited Edition, e novamente minha safra preferida foi a de 2008, já esta bem diferente da safra anterior onde não apareciam, ao menos durante o tempo em taça, tantas frutas, o chocolate e o coco. Como as duas vinificações foram muito iguais, com passagem por madeira por períodos idênticos, fica ai evidente e também no álcool(safra 2007 14,4% e 2008 15,4%), o que a natureza pode fazer e representar.
Viu1 as três safras diferem ligeiramente no corte as saber:
2006- 94% Malbec e 6% Cab Sauvignon
2007- 94% e 6% Petit Verdot;
2008- 100% Malbec
Teores de álcool muito parecidos, passagem por madeira idem, diferenças na vinificação aparecem no 2006, quando houve uma sangria para melhoras a relação entre cascas e suco, antes da pré fermentação. No 2007 houve sangria após a pré fermentação e 2008 não houve.
Meu preferido o 2006, estava exuberante, pleno, frutado, cerejas ao marasquino exalam da taça, chocolate, floral, achei um sutil mineral, acidez ótima, taninos ainda presentes, mas já bem mais dóceis, para mim, o mais gastronômico deles, e meu preferido de todo o painel.
Chegando aos Carmenère El Incidente, que também variam no corte:
Safra 2007- 85% Carmenère; 10% Petit Verdot e 5% Malbec
Safra 2008- 87% Carmenère; 11% Malbec e 2% Petit Verdot
Novamente sem diferenças significativas no álcool e madeira, mas o corte e a safra de cada ano, com certeza modificam os vinhos, e o meu preferido foi o 2007. Complexo, potente, tostados e sutil mentolado, acidez ótima, também muito gastronômico.
Quase deu empate entre o Viu1 2006 e o El Incidente 2007, mas ainda tenho um tantinho a mais de preferência pelo Viu1, até pela idade de maturação, que o amansou.
Todos eles se prestam muito às carnes vermelhas, grelhadas ou em cocções suculentas.
Caças, inclusive a galinha d’Angola, e a avestruz vão bem com todos eles.
Queijos, já ficaria com o Viu1 2006 para acompanhá-los, pois seus taninos são mais doces.
Um vinho, uma emoção, foi o que senti com um deles que foi servido com a entrada da Bel Coelho; ovo em baixa temperatura com espuma de brandade de bacalhau, e farofa de milho e paio, o Viu Manent Chardonnay Gran Reserva, harmonização mais que perfeita, de ser lembrada, até pela dificuldade de texturas e potencias diversas do prato.
Outra das harmonizações marcantes foi o El Incidente com o magret de pato com purê de cará e pêra brulée.
Dui Restanurante
http://www.duirestaurante.com.br/
Viu Manent
http://www.viumanent.cl/
Depois desta, só dizendo...
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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