Meninas e meninos,
Semana passada, tive a honra de ser convidado para um almoço com os amigos da Porto Mediterrâneo, importadora que tem em sua lista vários vinhos sobre os quais já postei.
Comecei dizendo que tive a honra, porque nesta oportunidade, além de ser sempre muito agradável e enriquecedor em aprendizado, degustarmos vinhos em boa companhia, uma boa gastronomia, aliás, como sempre os amigos Julio e Chico, da Porto Mediterrâneo, nos proporcionam, fiquei conhecendo o produtor vinhateiro, industrial, mecânico, construtor e, sobretudo sonhador, José Ruivo.
Ruivo sempre sonhara em ser produtor de seus vinhos, e resolveu realizar o sonho, mas de uma maneira tão delicada e dedicada que me comoveu.
Semana passada, tive a honra de ser convidado para um almoço com os amigos da Porto Mediterrâneo, importadora que tem em sua lista vários vinhos sobre os quais já postei.
Comecei dizendo que tive a honra, porque nesta oportunidade, além de ser sempre muito agradável e enriquecedor em aprendizado, degustarmos vinhos em boa companhia, uma boa gastronomia, aliás, como sempre os amigos Julio e Chico, da Porto Mediterrâneo, nos proporcionam, fiquei conhecendo o produtor vinhateiro, industrial, mecânico, construtor e, sobretudo sonhador, José Ruivo.
Ruivo sempre sonhara em ser produtor de seus vinhos, e resolveu realizar o sonho, mas de uma maneira tão delicada e dedicada que me comoveu.
Com as primeiras parreiras plantadas em 1997 e as últimas em 2003, em uma propriedade no Dão, cujo rio de mesmo nome atravessa, e com superfície plantada de 5 ha, Ruivo e seu enólogo consultor Pedro Pereira, decidiram-se por trabalhar apenas com castas portuguesas e com as típicas do Dão, como Touriga Nacional; Alfrocheiro Preto; Jaen e Tinta Roriz entre as tintas e com as brancas Encruzado; Malvasia Fina; Bical; Cerceal e Verdelho.
Os solos graníticos e a altitude de 400 m é um diferencial.
Aqui tenho o dever de tentar ao menos, passar para os leitores, o que este sonhador imaginou.
Ao observar que as uvas no alto do aclive se comportavam de maneira inferior às dos baixios, com tecnologia geológica e agronômica, descobriu serem os solos drenados com muita facilidade, e a complicar, a diferença de alturas.
Não há problemas para Ruivo, resolveu cortar e terraplenar toda a área, não sem antes guardar todo o solo retirado do corte para depois cobrir com ele a extensão cortada, seguindo o alerta do agrônomo e geólogo que aquele solo era muito antigo, e que a natureza demoraria muitíssimo para refazer o bioma.
Ruivo trabalha com a agricultura biológica, muito pouco intervencionista, com leveduras indígenas, e claro, não queria destruir um solo que a natureza demorou séculos a formar.
Nas edificações existentes e semidestruídas datadas dos séculos XIII E XVIII, ele procedeu de maneira a restaura-las usando inclusive materiais que à época eram os disponíveis, e que para isso, desenvolveu e analisou em laboratório, pigmentos, pedras, materiais e madeiras assemelhados.
Não valeu a pena contar esta passagem?
Querem mais? Pois eu lhos dou, seus preços nem por isso, apesar da pouquíssima produção total, com cerca de 60.000 garrafas/ano, são majorados e caros.
Sua linha de entrada que degustamos, com os ótimos Lagar de Darei Colheita Tinto 2008, um corte com Jaen, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e um pouco de vinhas velhas, que não sofre filtragem e que não parou de abrir aromas os mais diversos enquanto ficou na taça; o Lagar de Darei Colheita Branco 2008 com Cerceal e Bical com 40% cada e Encruzado, custam ao consumidor R$35,00.
Lagar de Darei Colheita Rose 2009, o meu preferido para a enogastronomia, pois sem exceção, acompanhou todos os quitutes, desde as entradas servidas no ótimo Bela Cintra, com bolinhos de bacalhau, croquetes, patês, siri gratinado, e até o prato principal, perna de cordeiro com feijão branco.
Com ótima acidez, equilibrado em álcool 13,5%, corpo médio, longo, floral lembrando a mel, frutado a ponto de dar um dulçor de ponta de língua, lembrando aquele queimadinho do doce no fundo do tacho. Corte em partes iguais de Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz, muito bom mesmo, até para se bebericar nestes dias ainda mornos e noites mais frescas de Outono, quanto mais no verão, com o vinho refrescado.
Devido ao trabalho de vinificação, inclusive com algum vinho proveniente de sangria, custa um pouquinho mais que os seus irmãos branco e tinto, na casa dos R$55,00.
Degustamos um ótimo branco, o Lagar de Darei Grande Escolha 2008, corte de 58% Encruzado; 28% Bical e Cerceal, este já passa um pouco em madeira, cerca de 3 meses e depois 4 meses em cuba de betão.
Harmonizou bem com o feijão e a perna de cordeiro devido sua ótima acidez e corpo.
O Lagar de Darei Reserva Tinto 2004 corte de 44% Alfrocheiro; 27% Touriga Nacional; 17% Jaen; 7% Tinta Roriz e 5% vinhas velhas, passa 8 meses em barris de carvalho e mais 24 em betão, com fumo de corda no nariz, agradável frutado e floral, e um sutil mineral, além de toque cítrico.
Não sofreu filtragem, é elegante e sóbrio.
Estes dois últimos vinhos têm seu preço ao redor dos R$75,00.
O topo de gama, se assim posso dizer, já que não é vinificado todos os anos, é o Lagar de Darei Tinto Grande Escolha, e degustamos o 2004, corte de 44% Touriga Nacional; 29% Alfrocheiro; 15% Jaen e Tinta Roriz.
Também não é filtrado, e passa 9 meses em carvalho e mais 10 em betão.
A maior parte de seus vinhos, Ruivo pratica a pisa à pé em lagares graníticos.
Espero ter passado um pouco do que vi, ouvi e bebi neste almoço memorável, e que não poderei deixar de visitar em minha próxima ida a Portugal.
Porto Mediterrâneo
www.portomediterrâneo.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
Álvaro Cézar Galvão
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