Meninas e meninos,
Tenho sido sistematicamente inquirido sobre esta questão, então resolvi postar algumas linhas sobre ela, e os espumantes podem ser tintos, brancos e rosados.
O que é um espumante senão a maior expressão de vivacidade, acidez e luminosidade que um vinho contendo dióxido de carbono pode ter?
A espumatização dos vinhos deixa-os com aquela explosão de borbulhas, no visual e em boca, que tanto agrada e faz a mística destes vinhos.
O vinho base é sempre branco, ou melhor, incolor ou quase incolor, pois quem dá o tom de cro é o contato do mosto com as cascas.
Para este vinho base ser carbonatado, ou seja, conter gás carbônico, natural, bem entendido, proveniente da fermentação alcoólica, quase sempre é preciso haver uma segunda fermentação deste vinho base, que pode ser tanto na garrafa, assim chamados de método clássico, ou em grandes tanques, os chamados método Charmat.
Também é necessário um grau de acidez elevado deste vinho base, condição primordial para o equilíbrio entre os açúcares que porventura restem em residual da fermentação, quer os que sejam agregados nos licores de expedição.
Com o vinho base tinto, teríamos ao menos em maior concentração, os taninos incorporados ao mesmo, provenientes das cascas, tirando um pouco do brilho e vivacidade e com certeza uma graduação alcoólica um pouco maior.
Ao deixar as cascas em contato com o mosto, ou mesmo misturar o tinto com vinho base branco, fazendo o rosado, leva-se em conta sempre a acidez, o tipo de graduação em açúcares que o enólogo propõe, e o cuidado com os taninos, para que não sejam realçados demais.
Espumante se toma gelado, em torno dos 5º em média, há os de maior estrutura e complexidade que podem ser servidos até os 10º, portanto realçando a acidez que dá o tom neste vinho. Caso fosse um tinto, a temperatura de serviço teria que ser um pouco mais alta, para também realçar a qualidade dos taninos, adquirida pela cor, mas nunca mais do que resfriado aos 10º a 12º C, senão teríamos um vinho espumante menos alegre, e vivaz, sem contar que o efeito do perlage seria menos visível e encantador.
O gás se equilibra com o açúcar e a acidez, tanto é assim que o espumante brut chega aos 15g/l sem se perceber tanto o dulçor, observem que os refrigerantes em geral têm uma quantidade enorme de açúcares e estes são menos perceptíveis devido ao gás, que no caso é adicionado.
Há frisantes tintos, como o Lambrusco da Emilia Romana, os frisantes têm menos gás, girando em torno de 1,5 a 2 atm(os champagnes e bons espumantes chegam a 6 atm), mas nestes, o tipo de uva, Lambrusco, não deixa tanto mostrar os taninos.
Poderíamos concluir dizendo que em geral os brancos e rosados são mais frescos vivos e alegres, mas já degustei um espumante tinto de Tannat, fantástico, que creio não está mais disponível por aqui, mas gosto é pessoal e intransferível.
Como todo enófilo tem que ser curioso na sua essência, e buscar conhecer de tudo, se tiverem a oportunidade de conhecer um espumante tinto, o façam.
Foto:Nádia Jung
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
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