quarta-feira, 11 de abril de 2012

Quando os vinhos são um ato de amor, o resultado, Ànima Negra, se revela por inteiro.

Meninas e meninos,
Realmente, quando temos amor ao que fazemos, tudo ao nosso redor se abre em harmonia, as coisas que fazemos são mais espontâneas, e muitas das vezes “simplesmente” acontecem.
Foi o que vi na degustação que a Mistral nos proporcionou com os ótimos vinhos da Ànima Negra, o amor aos vinhos, são perfeitos para explicar como uma das mais inteligentes e belas mulheres que trabalham com este produto sedutor, que com o mesmo amor com que são feitos, fala deles, naturalmente, singelamente diria até, convidada para comandar o setor de exportação da vinícola de Mallorca, larga o trabalho excelente e com o mesmo amor, que vinha fazendo em outra empresa do setor.
Coisas que só se explicam quando acreditamos no poder mágico do amor.
Anima Negra, conheci faz algum tempo, quando seu carismático e apaixonado Miguel Àngel Cerdà, o catalão proprietário da vinícola esteve em um dos encontros proporcionados pela Mistral.
Mas agora, com calma e com a presença encantadora da sua export director Fabiana Bracco à nos transmitir suas impressões, foi que realmente me dei conta da ótima coleção de vinhos, que em sua grande maioria utiliza uvas autóctones, dentre elas a difícil Callet, que não amadurece por igual, pedindo intervenções adequadas como podas contínuas e regulagem severa da quantidade de frutos, para depois, na colheita, serem aproveitados somente 50% do obtido na colheita manual.
Por causa desta particularidade da cepa, foi comprada uma máquina especial, cerca de EU$ 250.000,00, investimento grandioso para o tamanho da vinícola, que selecionará por colorimetria, a partir dos parâmetros nela introduzidos, somente os melhores bagos.
Também são usadas as autóctones Mantonegre, Fogoneu e Prensal, mas a Callet, segundo diz Fabiana, cerca de 95% desta cepa, se encontra na área da vinícola, que não engarrafa mais que 250.000 gfs/ano no total de sua produção.
Só para se ter uma idéia, um dos vinhos, o NA, advindo de parcela com rendimentos baixíssimos, cerca de 300 g/pé, da onde são vinificadas cerca de 3000 garrafas.
Com sistema integrado entre a natureza, sem herbicidas e pesticidas, em meio a árvores frutíferas, as vinhas mais velhas chegam aos 70 anos.
Degustei o branco Quíbia 2009, 60% Prensal Blanco ou Moll, e 40% Callet vinificada em branco.
Permanece por cerca de 3 meses em tanques de cimento em suas borras, vinho cheio de mineralidade, alíás, característica de todos os vinhos provados.
O Muac 2010, o nome é alusão ao barulho de um beijo, me encantou de pronto, corte de 35% Callet; 35% Mantonegree 30% de Cab. Sauvignon estagia em carvalho francês por 5 meses. Muita fruta, alcaçuz, especiarias e algo de “bosque”, sabem aquela umidade que faz exalar um perfume que mistura cheiro de húmus, terra, folhas e flores caídas ao chão? Pois é, este é o mais próximo que consigo para explicar este “bosque”.
Taninos já domados, aliás, segundo Fabiana a Callet não os tem muito marcados, confirma em boca o frutado, com ótima acidez integrada aos 13,5% de álcool, tornando-o também um bom acompanhante da gastronomia. Vinho fácil de gostar e de beber!
O Plic Plic Plic 2009, o nome é alusão ao barulho dos pingos da chuva, é um Montsant DOC, no Priorato, e tem corte de 50% Sansó, nome local da Cariñena vindas de vinhas velhas e 50% Garnacha. Aromas bem minerais lembrando borracha, frutas e uma ótima acidez.
ÀN/2 2008, corte de 65% Callet, 20% Mantonegre e Fogoneu e 15% Syrah, estagia 13 meses em carvalhos franceses(70%) e americanos, sendo 35%.do total novas e o restante de dois a três usos.Frutas maduras, certo lácteo, talvez dos barris americanos, toque animal de couro e torrefação, mas nada que incomode, e um herbáceo lembrando grama recém-cortada. Confirma em boca o frutado, boa acidez, equilíbrio entre taninos e álcool de 13,5%, vinho bem gastronômico também.
ÀN-Ànima Negra 2007, tinto mais emblemático de Maillorca, elaborado apenas nas melhores safras, corte de 95% Callet e 5% Mantonegre e Fogoneu, passa 17 meses em barris de carvalho francês novos escolhidos especialmente e com tostagens baixa a e média.
Muito aromático, frutas maduras, algo de salinidade, olivas, mineral, e o mais floral deles, confirmando em boca o frutado, algo de especiarias finas. 13,5% de álcool.
Devo concordar com a linda Fabiana, o Muac e o ÀN são o máximo!
Mistral
www.mistral.com.br
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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