Meninas e meninos,
O Vale do Loire já possuía vinhas quando os romanos chegaram, mas foi preciso que os monges, sempre eles, administrassem e coordenassem o plantio e cultivo das uvas, para que prosperassem.
Conforme regula a AOC Sancerre, apenas as uvas Sauvignon Blanc, usada nos brancos, e a grande maioria da produção, e a Pinot Noir, usada nos tintos e roses são permitidas. Ainda segundo a AOC, os brancos têm rendimentos na sua produção, limitado a 60 hl/ha, tendo no mínimo 10,5% de álcool e os tintos e roses a 55 hl/há, podendo chegar aos 10%; fora destes conceitos os vinhos serão Vin de Pays.
Dentro de Sancerre as 3 aldeias de Bué, Chavignol e Ménétréol-sous-Sancerre, e também a de Verdigny são sempre associadas aos vinhos de maior qualidade, e não raro se referem a estas aldeias como os “crus” de lá.
Comecei assim para falar deste vinho, o BERNARD REVERDY SANCERRE AOC 2009, que é de Verdigny, que degustei agora com o calor do verão, apesar de ainda estarmos no inverno, faltando duas semanas para a entrada da primavera.
Como sempre faço quando vou degustar um vinho quando estou em casa, preparei uma gastronomia, e aproveitei o feriado de 7 de Setembro.
Uma preparação que me pareceu adequada, mesmo eu não conhecendo o vinho, mas sabendo de suas características, pensei em um salmão com crosta de gergelim. Não usei o gergelim torrado porque não queria mascarar o sabor do peixe, que já fiz na chapa com azeite de ervas somente, e flor de sal no acabamento, não sem antes rolar as postas no gergelim aproveitando o azeite como “cola”.
Para não ficar sem provar o vinho antes do prato ficar pronto, cortei um pedaço de Brie e outro de Camembert. Para os queijos, o vinho que é de cor bem clarinha, ficou melhor com o Brie, mas não fez feio com o Camembert.
Já com o salmão, ficou ótimo, harmonizou perfeitamente, realçando o sabor deste peixe, e o frutado do vinho. Seu bom teor de álcool ajudou nas sementes de gergelim e na textura gorda do peixe.
O vinho é fresco, olfato de frutas vermelhas frescas, floral, algo de especiarias bem ao fundo, em boca sua boa acidez se mostra, equilibrado com o álcool, confirmando mais as frutas do que as especiarias.
Penso até, que ficaria ótimo com uma caldeirada como a pouco tivemos oportunidade de degustar no Tordesilhas, dos queridos amigos Chef Mara Salles e Ivo Ribeiro, por ocasião do encontro na minha confraria de gastronomia Brasileira e vinhos.
Ia me esquecendo de alertar que deixei o vinho um pouco mais fresco que o normal, por volta dos 6ºC, pois o calor estava grande no interior do estado, onde eu estava.
Este vinho é importado pela Franco-Suissa dos amigos da família Srour http://www.francosuissa.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
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