Meninas e meninos,
Fazia algum tempo que não comparecia aos encontros da Zahil, e tive a oportunidade de faze-lo justamente quando os vinhos da Rutini Wines, meus apreciados e conhecidos antigos, foram degustados na presença de seu diretor enológico Mariano Di Paola.
Sou franco em dizer que os vinhos que mais gosto são justamente os mais “simples” da vinícola, o que não quer dizer que não aprecie os mais tops, mas os primeiros são tão complexos, bem vinificados e atraentes, que fazem deste “simples”, uma bela experimentação do que seja a harmonia qualidade X preço.
Degustei o delicioso Rutini Chardonnay 2010, vinho fresco, fácil de beber e de se gostar.
Não apresenta madeira perceptível ao olfato num primeiro momento, fato que o Mariano me disse ser por causa do equilíbrio de seu estágio com barricas francesas usadas.
Claro que em boca, o abaunilhado já aparece, mas nada que possa sobressair-se sobre o gostoso cítrico de lima da Pérsia, o sutil abacaxi, mais para bem maduro, e uma mineralidade que me lembrou talco. Bom para gastronomia mais frescas e delicadas como frutos do mar, caldeiradas sem muitos vegetais, e até um bom ceviche, creio que agüente bem, sem falar nas massas com frutos do mar e cremes à base de manteiga e creme de leite, pois seus 13,9% fazem o contraponto com estas gorduras.
O Trumpeter Cabernet Sauvignon 2009, passando 7 meses em barricas, muita fruta vermelha, sutil floral, bom para queijos mais duros e carnes vermelhas em geral.
O Rutini Cabernet-Malbec 2009, mescla de meio a meio destas uvas, este me encantou de fato!
Estagia por barricas novas metade francesas e metade americanas por um ano.
Apesar de ser 2009, não denotava a idade, cor ainda bem rubi escura, brilhante, aromas de frutas vermelhas, algo de especiarias como cravo, sutil tostado aparecendo nas notas de café e couro.Em boca confirma as especiarias o frutado e o café torrado, acidez impressionante para um vinho com uva Malbec, equilibrado em taninos que se apresentam macios, e álcool na casa dos 13.5%. Bom para gastronomias com carnes vermelhas mais suculentas, guisados de carnes, grelhados como a costela, algumas caças de pena como a galinha d’Angola, devem ficar muito harmônicas. O vinho que mais me surpreendeu dentre os tintos.
Rutini Cabernet-Merlot 2008, co mescla de 70% de C. Sauvignon e 30% de Merlot, passa 12 meses em barricas francesas send0 metade novas e metade de um uso. Equilibrado com álcool de 14%, taninos macios e acidez, esta mais comportada, lembrando frutas e sutil tostado. Gastronomias com carnes vermelhas creio que são uma boa opção.
Rutini Cabernet-Syrah 2008, também como o anterior 70% do vinho é C. Sauvignon, e o restante para a Syrah. Estagia por barricas francesas metade novas e metade de um ano, outro vinho que não denota a idade que tem em sua cor. Aromas de frutas, especiarias abundantes, pois a Syrah aporta esta particularidade, sutil pimenta do reino, leve floral e tostados mais ao fundo. Em boca boa acidez, taninos presentes, equilibrado com álcool na casa dos 14%que não se faz sentir.
Gastronomias com carnes assadas, grelhadas, porco e cordeiro.Queijos com alguma geléia de frutas vermelhas ou mesmo de figos. Para ousadias maiores um peixe de couro, mais gorduroso grelhado, por que não?
Rutini Cabernet Sauvignon 2007, com passagem de 12 meses por barricas francesas metade novas e metade de segundo uso, álcool 13,9%. Vinho exuberante, aromas muito frutados, o tostado presente com café e couro, floral que se abre de modo incrível, e uma mineralidade não notada nos tintos anteriores. Em boca confirma o frutado, suculento, longo, acidez equilibrada com taninos, estes presentes e macios, e álcool. Vinho, que me agradou muito também, confirmando que o Mariano trabalha muito bem a Cabernet Sauvignon e as mesclas de barricas.
Antologia XXVII 2009 corte de 90% Malbec, 5%Petit Verdot e 5% Cabernet Franc, passando por barricas francesas novas por 24 meses.
Muita fruta doce nos aromas, aparecem o floral, também algo mineral, em boca equilibrado, boa acidez, taninos presentes, longo.
Por seu corpo, seu teor de álcool e taninos, preparações suculentas, carnes vermelhas com molhos, carnes mais gordurosas como a rabada com polenta, e, para mim, que gosto de feijão com tintos, uma “Fabada Asturiana”, uma dobradinha com carnes defumadas, lingüiças e o bucho, mas aquele de “colméias”, que vem do primeiro rúmem do animal.
Quem importa os vinhos Rutini Wines é a Zahil dos irmãos Antoine e Serge Zahil.
www.vinhoszahil.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Mariano Di Paola e os vinhos da Rutini Wines na Zahil
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