quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Decanter apresenta a Bodega Riglos



Meninas e meninos,

Faz algum tempo já que se deu esta apresentação em um ótimo almoço no Pobre Juan, onde, com a presença do CEO da bodega Riglos, Rafael Calderón, pude degustar um dos vinhos brancos que mais me chamou a atenção este ano, um Sauvignon Blanc 2011. De tão novidade era, tive que esperar a bodega desenvolver o rótulo, na ocasião a garrafa estava sem o mesmo, e por este motivo deixei de postar sobre este belo vinho mais próximo da data onde o degustei pela primeira vez.
Em 2002, Dario Werthein, da famosa Finca Flichman, resolve em sociedade com Fabian Suffern, utilizar as uvas de sua propriedade Finca Las Divas, em Tupungato, Alto Valle de Uco, Mendoza, a 1200 m de altitude, para vinificar vinhos de alta gama.
Com a maestria do enólogo principal Juan Carlos Rodriguez Villa, o agrônomo Hernán Cortegoso e consultoria do prestigiado Paul Hobbs, nasce a Bodega Riglos, nome do vilarejo onde a família de Werthein aportou quando imigrou.
Numa área de 40 ha plantados de um total de 70, praticam o que se convenciona chamar de agricultura de precisão, utilizando as tecnologias hoje ao alcance da viticultura como mapeamentos dos solos por fotos, e através de infravermelho, as definições das melhores parcelas para cada variedade.
Plantam Malbec, que chega hoje à 50% da área plantada, Cabernet Sauvignon; Cabernet Franc; Sauvignon Blanc e Syrah(1%).
Sua primeira safra foi em 2005, já que plantaram as primeiras uvas em 2003, e já demonstrava que estavam seguindo um caminho correto rumo aos vinhos de qualidade.
Rafael nos trouxe o excelente Sauvignon Blanc (dele falarei por último) que já mencionei, ainda sem rótulo, ainda não engarrafado comercialmente, e que me encantou tanto, em sua bagagem pessoal como um brinde à ocasião.
-Gran Malbec 2007, com 15% de álcool, muita fruta em nariz, algo de floral também.Em boca sutil apimentado, confirma as frutas, mas não o floral. Abre depois de certo tempo em taça um abaunilhado que se deve à madeira, já que passa 20 meses em barricas novas de carvalho francês.
-Gran Cabernet 2007, com 15% de álcool também, com 20 meses de barricas francesas novas e de 2º uso. Muita fruta, pimentos (nada exagerado, sem aquela pirazina ruim), sutil charcutaria (aquela sensação de salgado e carne defumada dos embutidos).Em boca confirma frutas, aparece um chocolate amargo.
-Gran Corte 2007, como o nome diz, corte de 70% Malbec; 25% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc, também com 15% de álcool.
Muita fruta e floral, sutil mineral (creio que aportado pela Franc), confirma frutas, taninos mais ao meu gosto, presentes e macios, acidez ótima (outra vez a Franc), abre um animal e couro depois de algum tempo em taça.Para mim, o mais equilibrado em taninos, álcool e acidez dos tintos, levando-o à categoria de mais gastronômico.
-Quinto Sauvignon Blanc 2011, com 12% de álcool.
Sua fermentação se deu muito devagar, com temperatura controlada ao redor dos 10ºC, e por 25 dias, trazendo aporte magnífico de aromas. Não fez malolática, conservando toda a sua ótima acidez.
As uvas já chegaram aos sete anos de idade, num solo com grande presença de rochas.
Aromas de frutas cítricas e minerais, surgem vegetais, o floral se abre, chegam mais frutas brancas como a pinha, maçã verde, um verdadeiro leque de aromas.Em boca confirma os cítricos, a fruta branca, o mineral. Longo, macio, equilibrado em acidez ótima e álcool.Este vinho merece ser degustado de novo daqui algum tempo de descanso em garrafa. Prometo faze-lo em breve.
Seu preço, R$ 60,00, até pela novidade que chegava, me foi passado à época ainda como “estimativa” pelo amigo Adolar Hermann, preciso é confirmar com a Decanter se já chegou o lote, previsto para fins de Agosto ou Setembro, visto este exemplar ter sido, como disse, trazido na bagagem pessoal, e alfândega, taxas e impostos, selos e quetais....bem, melhor mesmo ligar antes.
Decanter
11 3074-5455
www.decanter.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

terça-feira, 30 de agosto de 2011

EXPOCACHAÇA DOSE-DUPLA-MERCADÃO E CACHAÇA EM EVENTO INÉDITO



Meninas e meninos
Recebi dos meus amigos da Gabinete de Comunicação este release, que passo para vocês.
Cachaça é um produto Brasileiro, todos os estrangeiros que a conhecem, e os que ainda irão conhecer, gostam dela, pura ou em drinques.
De 6 a 11 de Setembro, o Mercado Municipal Paulistano – o famoso ‘Mercadão’, no centro de São Paulo –, será palco da ExpoCachaça Dose-Dupla, versão paulista da mais importante feira brasileira de cachaça, que acontece há 15 anos em Minas Gerais.
De um lado, o Mercado Municipal Paulistano com suas conhecidas atrações gastronômicas capazes de agradar aos mais diversos tipos de paladares. De outro, a bebida por excelência do Brasil, representada por várias das melhores marcas produzidas no País.
É através dessa combinação 'em dose dupla' que o tradicional Mercadão e a mais importante feira voltada para o destilado nacional chega a São Paulo, a convite de José Roberto Graziano, Supervisor Geral de Abastecimento de São Paulo, responsável pela administração do Mercado Municipal, e em parceria com Nestor Marques Filho, empresário que atua na distribuição de cachaça – dois entusiastas da bebida.O evento vai reunir cerca de 40 expositores que terão a oportunidade de apresentar seus produtos às mais de 20 mil pessoas que circulam diariamente pelo Mercadão.
Aberta a todos os seus freqüentadores e com entrada franca, a ExpoCachaça Dose Dupla estará integrada ao ambiente do Mercadão, ocupando os dois corredores principais, o Espaço de Eventos com estandes de grandes marcas e ainda o Mercado Gourmet, local para a realização de palestras e “jantares interativos”, com workshops de chefes de cozinha como Rodrigo Oliveira, do cultuado bar e restaurante paulistano Mocotó, e Alex Caputo, chef oficial do Mercado.
De acordo com José Lúcio Mendes, a mais brasileira das bebidas é o terceiro destilado mais consumido no mundo, perdendo somente para a vodca e o shochu soju. Anualmente são produzidos 1,3 bilhão de litros de cachaça, distribuídos entre 4 mil marcas e 40 mil produtores (na quase totalidade pequenos e micro produtores). A cachaça também é líder absoluta entre os destilados vendidos no Brasil, com 86% de market share. Por fim, a cadeia produtiva da cachaça movimenta cerca de R$ 7 bilhões/ano.
O crescimento da cachaça de qualidade no Brasil é incontestável, como se pode facilmente perceber por sua presença cada vez maior em supermercados e empórios finos. E também em bares e restaurantes, que pouco a pouco vêm oferecendo a seus clientes uma carta de cachaças mais ampla, com variadas marcas e diversas faixas de preço. Em síntese, a cachaça vem ganhando cada vez mais o status de destilado nobre.
Para que se tenha uma ideia da efervescência do atual panorama que rodeia a cachaça no País, no último mês o setor presenciou duas importantes aquisições, uma envolvendo a italiana Davide Campari-Milano, fabricante do conhecido Campari, outra envolvendo o conhecido chefe de cozinha francês radicado no Rio de Janeiro, Claude Troisgros. Enquanto a Campari anunciou a compra da marca Sagatiba, Troisgros anunciou a aquisição da cachaça mineira Bendita, revelando ainda planos de criação de uma linha especial, envelhecida em madeiras brasileiras, destinada à classe A do Brasil e do Exterior. Por outro lado, há alguns anos a Cachaça Leblon, de Patos de Minas (MG), passou a fazer parte do portfólio do Grupo Bacardi.
Entre as presenças asseguradas, destacam-se, além das cachaças de Minas Gerais, referência na área, cachaças do Rio Grande do Sul e de São Paulo, cujo aprimoramento do nível de qualidade de seus alambiques vêm surpreendendo o mercado. O Rio de Janeiro estará representado por cachaças originárias de todo o território fluminense, como o Vale do Café e Paraty, primeira região credenciada com indicação de procedência pelo INPI-Instituto Nacional de Patentes Industriais, equivalente ao francês AOC (Apelação de Origem Controlada). Do Nordeste virão marcas produzidas na Bahia, Pernambuco e Paraíba.
Nas quatro primeiras noites do evento (de terça 6 a sexta-feira 9 de Setembro), a ExpoCachaça Dose Dupla terá “jantares interativos”. Neles, chefs convidados se encarregarão de cardápios, sempre com receitas tendo como ingrediente a cachaça, acompanhados de comentários relacionados com o seu preparo. Destaque para a presença de Leandro Batista, sommelier especialista em cachaças, integrante da equipe do restaurante Mocotó.

Feira - 6 a 11 de Setembro, das 11 às 18 horas - Entrada Franca
Jantares interativos - dias 6, 7, 8 e 9, das 18h às 21h, exclusivos para convidados
Palestras - dias 6 e 7, das 14h às 17h, e dias 8 e 9, das 13h às 17h
As palestras, gratuitas e abertas a todos os interessados, mediante inscrição no local, acontecerão no Auditório do Mercado Gourmet.
A programação estará disponível em breve www.mercadomunicipal.com.br

O Mercado Municipal Paulistano fica na Rua da Cantareira 306, Centro, tel. 3313-3365
Informações - www.expocachaca.com.br
A foto é do Fotógrafo: Wellington Nemeth.
Até o próximo brinde!


Álvaro Cézar Galvão

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rail Europe 4A lança concierge em português para viagens na França



Meninas e meninos
Estive como convidado da Rail Europe, representada pela linda Marina Corinaldesi, e pelo amigo Marcelo Copello no Bar Bareto do Hotel Fasano, para o lançamento do serviço de concierge em língua portuguesa para as viagens de trem pela Europa.
Viagens que foram ilustradas pelas pelos dois palestrantes, citando as três regiões vinícolas do velho mundo, mais visitadas, quais sejam França, Espanha e a Itália.
Foram servidos vinhos destas regiões, escolhidos pelo Copello, dentre os mais representativos, como Prosecco, Champagne, Riesling Alsaciano, aliás, meu preferido dentre os ótimos vinhos servidos, complexo, mineral, cítrico na medida e ácido o suficiente para fazer dele um ótimo acompanhamento de gastronomias, Tempranillo de Ribera Del Duero, Brunello Di Montalcino e um ótimo Sauternes para a sobremesa.
Aliás, para quem conhece o Copello, sabe que quando ele detalha sobre os vinhos, sempre consegue atingir a platéia, como quando disse sobre o “querosene” do Riesling, que eu já descrevera como petrolato, mais amplo.
Um concierge em língua portuguesa para personalizar sua viagem pelo país dos queijos e vinhos, com serviço adquirido do Brasil e válido durante a vigência do passe de trem. Não é sensacional?
Durante sua viagem este mordomo especial pode fazer desde reservas em hotéis, passeios e restaurantes até programar eventos particulares, organizar uma viagem conforme os desejos do turista, providenciar uma limusine com motorista, serviço de babá e até entrada para eventos exclusivos. O serviço está disponível unicamente aos clientes que adquirirem o France Rail Pass Premium.
“A expectativa é oferecer ao cliente VIP um serviço adicional, especialmente pensando no cliente estrangeiro, que muitas vezes não fala francês, e também no cliente independente, que gosta de organizar suas próprias atividades no destino”, explica a gerente regional da Rail Europe 4A para a América do Sul, María Corinaldesi. “A possibilidade de contar com um local, que fala português e que tem os recursos para ajudar na organização do restante do roteiro, além dos trens, é o complemento perfeito para fazer a viagem de trem pela França inesquecível”, complementa.
De acordo com María, a decisão de incluir o concierge em português foi tomada, principalmente, em função do mercado brasileiro. Em 2010, a Rail Europe transportou 216,3 mil brasileiros e a meta para este ano é chegar aos 300 mil.
A Rail Europe 4A é a líder mundial na distribuição ferroviária europeia, sendo responsável pela promoção, distribuição e venda de produtos ferroviários em mais de 45 países na Ásia, Austrália e Nova Zelândia, África e América do Sul (por isso, chamada de 4A).
A companhia Rail Europe é uma joint venture entre as Linhas Ferroviárias Nacionais Francesas (SNCF) e as Linhas Ferroviárias Federais Suíças (SBB).
A Rail Europe 4A faz parte da família Rail Europe: Rail Europe Inc. (distribuída no Canadá, Estados Unidos, México e América Central); Rail Europe Limited (cobre o mercado do Reino Unido) e Rail Europe Continentale (é responsável por todos os outros países da Europa, menos a França).
Além disso, a Rail Europe trabalha em conjunto com empresas ferroviárias e redes de informação de turismo nacional para promover as viagens de trem pela Europa.
Vinhos servidos durante o jantar, além do Prosecco e Champagne de boas vindas.
-Riesling Gustave Lorentz 2005, como disse meu preferido, para harmonizar com uma salada Caprese. Rico, poderoso, ótimo!
-Valduero 2005 Reserva, um Tempranillo de Ribera Del Duero
-Brunello di Montalcino 220 Camigliano harmonizou com massa ao pomodori ou Mignon e risoto
-Sauternes Chateau Doyse Daëne 2002 harmonizou com sobremesa.
Na foto de Gladstone Campos, vemos Maria e Copello
Marcelo Copello na Baco Multimídia
http://www.bacomultimidia.com.br


Até o próximo brinde!


Álvaro Cézar Galvão



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quem não gosta de olhar para o céu, ver as estrelas, enquanto degusta um vinho?



Meninas e meninos,
Este título é bem abrangente, mas estou me referindo a um ótimo vinho espanhol, da região demarcada de Ribera Del Duero, o Celeste, e foi com a pergunta se eu queria degustar um bom vinho enquanto olhava o céu cheio de estrelas que minha amiga Márcia Gombos me recebeu.
Celeste 2007 um 100% Tinto Fino, que nada mais é do que a nossa conhecida Tempranillo, da casa Miguel Torres, que dispensa apresentações.
Seu rótulo é a imagem das estrelas no céu, na época da colheita das uvas que irão vinificar o Celeste, e que para ser mais exato é em média em Outubro, entre os dias 10 e 26, apesar de que com este aquecimento global, muito em breve, o rótulo terá que se adaptar às colheitas mais cedo, e então mudará: será?
É fermentado em inox, porém já na malolática, esta é feita em barricas de carvalho, quase todas novas, permanecendo sobre as borras por uns 2 meses. Depois descansa em barris de carvalho francês e americano por 12 meses.
Álcool de 13,5% muito equilibrado com taninos e acidez, que achei ótima, confirmando que os vinhos europeus(velho mundo) são gastronômicos.
Olfato frutado e com especiarias, que dão lugar ao sutil floral depois de algum tempo em taça.
Em boca confirma as especiarias e as frutas maduras, taninos presentes, do jeito que mais gosto, firmes, sedosos e não secantes.
Quem importa este vinho é a divisão da Miguel Torres no Brasil, através da DeVinum.
DeVinum
http://www.devinum.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Antigua Bodega Stagnari chega ao Brasil pelas mãos da Vinho Sul



Meninas e meninos,
Em almoço para a imprensa fomos apresentados aos vinhos da Antigua Bodega Stagnari, uma das boas bodegas Uruguaias.
Localizado na América do Sul na mesma latitude (entre os paralelos 30º e 35º) das melhores zonas vitivinícolas do Chile, África do Sul e Austrália, este país situado entre o Brasil e a Argentina, com o oceano Atlântico e as águas do Rio da Prata tem clima com amplitude térmica e solos muito especiais para as uvas viníferas, além de ter o regime pluviométrico próximo aos 1000 mm anuais.
A vitivinicultura do Uruguai, hoje modernizada, preza pela qualidade no lugar da quantidade. É resultado de políticas públicas eficientes, que a meu ver, poderiam ser seguidas aqui no Brasil apesar de estarmos falando de um país bem menor, e de um grande esforço do setor para renovar sistemas de plantio, videiras e instalações. Os vinicultores hoje contam com os mais modernos equipamentos além de terem modificado os métodos de envelhecimento feitos agora em tonéis de carvalho de ótima procedência e qualidade. Isto, junto com a competência dos enólogos locais, tem elevado rapidamente a qualidade dos vinhos uruguaios. Quem não se lembra dos vinhos da Chateau Lacave, cujo enólogo e proprietário era o uruguaio Juan Carrau, que contribuiu também para a formação de muitos enólogos Brasileiros?
O Uruguai até recentemente, exportava muito pouco de sua produção, mas graças à melhoria da qualidade do produto ofertado e a uma sólida política de difusão dos produtos, em poucos anos as exportações se multiplicaram.
O resultado da melhoria da qualidade dos vinhos Uruguaios tem se manifestado nos concursos internacionais de vinhos onde estão colhendo prêmios em concursos como o Vinandino de Mendoza, Mundial da Bruxelas, Vinitaly de Verona, Vinalies Internacionales de Paris, Bacchus de Madrid e da Ljubljana na Eslovênia.
Após esta curta introdução, vamos aos vinhos, que três mulheres lindas e eficientes no que fazem, a Virginia Stagnari e sua filha Mariana, representando as 4ª e 5ª gerações da família, e junto à Laura, sendo Mariana e Laura enólogas, nos vieram mostrar.
Degustamos da linha Cantharus Selection:
1-Chardonnay 2010 com aromas de frutos cítricos, algo de floral, especiarias, lembra funcho no aroma.
Disse-me Virginia que a capacidade total de produção da bodega chega aos 2.400.000 litros, mas hoje produz 840.000 garrafas em 30 ha de vinhas próprias com cepas importadas da França.
2- Tannat/Merlot 2009 sendo 60% Tannat, este já passa 6 meses em barricas.
3-Tannat 2009 com 8 meses de passagem por barris.
Da linha Ragazza:
4-Tannat Crianza 2007, com muita fruta madura, sutil mineral e algo floral no olfato.Confirma frutas doces na boca, macio, taninos presentes, muito equilibrado, vinho bom mesmo, ideal para carnes grelhadas.
Da linha Osíris:
5-Merlot Reserva 2006 que passa 15 meses em barris de 3 tostas diferentes.
6-Tannat Reserva 2005, que passa 12meses em barricas, este vinho abre um canforado gostoso nos aromas depois de algum tempo em taça.
Vinho Sul
http://www.vinhosul.com

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pedro Parra, o Dr Terroir, encanta enófilos em palestra no primeiro seminário Terroirs do Chile.



Meninas e meninos,
Cada vez mais me convenço de que a grande saída de todos os problemas que encontramos na vitivinicultura, passa pelo terroir.
Esta palavrinha francesa tão falada e comentada, que é complexa em sua tradução, pois é ligada intimamente a varias determinantes, quais sejam: solo, clima (aqui se compreendem os regimes pluviais, as temperaturas nas diversas etapas desde o plantio até a colheita) manejo e condução, cepa da uva e proposta enológica.
Algumas delas podem ser subdivididas em outras tantas, mas creio que estas bastem para a definição que não é tão simples quanto alguns querem mostrar, principalmente quando falam em “tipicidade”.
Pedro Parra, um dos seis PhDs em terroirs do mundo, e único da América Latina, estudioso da geomorfologia, se dedica a analisar solos pelo mundo afora, compreendendo cada vez mais que os diversos substratos de um determinado local, podem ser “assemelhados” a outros, excluindo-se aí, é claro, o conjunto terroir já antes citado.
Tive a oportunidade de só este ano estar presente em duas ocasiões onde Parra nos elucidou sobre vários aspectos, mas nesta oportunidade que ora descrevo, no evento Wines of Chile, tivemos a presença em degustação de cerca de 40 vinícolas Premium representativas da diversidade dos terroirs Chilenos.
Parra nos mostrou em detalhada palestra como podemos através da litologia(O termo litologia refere-se ao tipo de rocha. Consiste na descrição de rochas em afloramento ou amostra de mão, com base em várias características tais como a cor, textura, estrutura, composição mineralógica ou granulometria), saber algumas características dos vinhos plantados em rochas sedimentárias(calcáreo); metamórficas(xistos e gneisses), intrusivas(granitos) e extrusivas(aluvião e coluvião). Como disse Parra ”a tipicidade das uvas está nas rochas; rochas valem ouro”.
Regiões Vitivinícolas Norte-Sul para conhecimento geral:
Elqui Valley(D.O Coquimbo)
Limarí Valley(D.O Coquimbo)
Choapa Valley(D.O Coquimbo)
Aconcagua Valley(D.O Aconcagua)
Casablanca Valley(D.O Aconcagua)
San Antonio/Lyda Valley(D.O Aconcagua)
Maipo Valley(D.O Central Valley/Maipo)
Cachapoal Valley(D.O Central Valley/Rapel)
Colchagua Valley((D.O Central Valley/Rapel)
Curicó Valley(D.O Central Valley)
Maule Valley(D.O Central Valley)
Itata Valley(D.O Região Sul)
Bío Bío Valley(D.O Região Sul)
Malleco Valley(D.O Região Sul)

Não vou me ater muito em descritivos dos vinhos, mas tive minhas preferências, em 1º dentre brancos e tintos El Principal, os outros três aparecem em empate técnico Altair, Limavida Old Bush e Clos des Fous Pinot Noir para os tintos e Willian Fèvre para os brancos. Para o seminário, e nesta ordem de degustação e serviço, Pedro Parra selecionou os seguintes vinhos:
1-Grand Cuvée Chardonnay 2010-William Fèvre (Valle del Maipo Alto). Aromas minerais, com floral e frutas cítricas, boa acidez.

2-Clos des Fous Clos des Fous Chardonnay 2010-Clos des Fous. Aromas mais florais, longo e “quente.”

3-T.H. Pinot Noir Leyda Pinot Noir 2009–Undurraga (Valle Leyda). Aromas florais, frutas maduras confirmadas em boca junto à especiarias.

4-Clos des Fous de Triaguen Pinot Noir 2010-Clos des Fous. Aromas com muitas especiarias (canela e cravo), e florais, mais complexo nas frutas maduras confirmadas em boca, Um dos vinhos que mais gostei!

5-Specialties Carignan 2008-Santa Carolina (Cauquenes). Aromas mais vegetais e com frutas, em boca frutado e especiarias diversas.

6-Pangea Syrah 2007-Viña Ventisquero-(Valle Colchagua). Aromas florais, frutados, os tostados como café aparecem tanto no olfato como em boca.

7-LFE 900 Malbec 2009-Luis Felipe Edwards-Complexo em aromas com frutas doces(marmelada), chocolate, floral(algo doce de mel), confirma em boca o chocolate, as frutas em doces “fundo de tacho”, taninos ainda jovens, secantes.

8-Limavida Old Bush Blend Malbec Carmenere 2006-De Martino(Valle de Maule) Muita fruta no olfato, especiarais e floral, longo em boca, frutado, equilibrado em taninos e acidez. 90% Malbec; 4% Carignan 1% Tannat:Gostei muito deste vinho!

9-El Principal 2006-El Principal(Valle de Maipo-Pirque). O vinho que mais gostei, complexo nos aromas e em boca, mesmo tendo 15% de álcool, há o equilibrio deste com os taninos e acidez, mescla de 83% Cab Sauvignon e 17% Carmenère.

10-Altaïr 2004-Viña Altaïr(Valle Cachapoal) Complexo também tanto em olfato como no palato, aparecem os tostados do barril. 86% Cab Sauvignon; 7% Carmenère e 7% Merlot. Bom vinho!
Parabéns Juan Somavia-Wines of Chile-Managing Director

Parabéns Vivian Alauf-Wines of Chile America Area Manager

Parabéns às lindas, eficientes e queridas amigas da CH2A

Wines of Chile
www.winesofchile.org

CH2A


Até o próximo brinde!


Álvaro Cézar Galvão

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vertical dos vinhos Chardonnay da Pizzato – Paladar Cozinha do Brasil 2011



Meninas e meninos,
Durante o evento Paladar Cozinha do Brasil ocorrido no mês passado, uma das degustações apresentadas foi a vertical, ou seja, várias safras de um mesmo vinho, do Pizzato Chardonnay, e que foi levada a efeito pelo enólogo da vinícola Flávio Pizzato, que estando na condução, esclareceu alguns pontos importantes sobre as safras, a ocorrência ou não da fermentação malolática e outras questões técnicas sobre as novas cepas de leveduras que começaram a utilizar a partir de 2007.
Degustamos as safras de 2005; 2006; 2007; 2008; 2009; 2010 e 2011.
Flavio começou lembrando que a D.O.V.V(Denominação de Origem Vale dos Vinhedos), contempla com autorização os vinhos tranqüilos das cepas Merlot para os tintos e Chardonnay para os brancos. E para os espumantes as cepas autorizadas são Pinot Noir e Chardonnay.
Hoje a Pizzato tem 26 ha de vinhedos no vale e 16 ha na serra gaúcha, vinhedos próprios, de onde vêm seus vinhos. Uma das menções que o Flávio fez, foi com relação aos tanques de fermentação, em aço, que a Pizzato procurou desenvolver com relação diâmetro X altura maior do que as utilizadas no mercado, com o objetivo de tirar o máximo proveito do processo de remontagem, com consequente bom resultado, obtido com a majoração da área de interação entre o mosto e as cascas. Vamos aos vinhos:
2005-Não passa por madeira, não sofreu malolática, 13,5% de álcool. Cor já dourada, brilhante, aromas de frutas maduras, cítricos e floral. Confirma frutas, talvez marmelada, parecendo em boca ter passado por madeira devido ao untuoso. Também cítrico, limão Siciliano, abre especiarias e algo fresco lembrando hortelã. Sua acidez já não é muito marcada. Meu preferido em conjunto com o 2007.
2006- Amarelo claro, este vinho fez malolática, 13% de álcool, aromas florais e cítricos amargos como a cidra. Em boca confirma cítricos, sutil canela depois de algum tempo em taça. Boa acidez.
2007- Cor clarinha, fez malolática e mesmo assim um dos mais perfeitos em acidez, com aromas cítricos, confirmados em boca.As especiarias sempre presentes parecem ser regra. Meu vinho preferido junto ao da safra 2005, ainda vivo e marcante.
2008-Amarelo mais escuro, fez malolática, 13% de álcool.Aromas mais vegetais que os outros até então de safras anteriores, aparecendo também um mineral. O álcool se fez sentir em boca.
2009- Cor parecida com o anterior, sem malolática, 13,1% de álcool, aromas florais e de cítricos, confirmando em boca cítricos confitados, boa acidez.
2010-Cor amarela um pouco mais clara que o anterior, sem malolática, 13,5% de álcool, aromas frutados, o mais vegetal de todos a meu ver, parecendo grama recém cortada. Equilibrado e gostoso em boca, confirma o frutado.
2011-Não fez malolática, amarelo, parecido com o anterior, 13% frutas e algo muito forte de rosas em seu floral. Boca mais curta, mas de boa acidez, creio que ainda por ser novo, possa crescer mais dentro de alguns anos em garrafa, pelo que vi com as safras anteriores.
Os vinhos desta linha, de um modo geral, vão bem com gastronomias frias como saladas e entradas de frutos do mar. Também com massas que levem molho branco, com ou sem frutos do mar, com queijos, carnes de peixes mais leves, aves em cocções com molhos também ficam ótimas.
Quando estava na degustação, pensei em uma massa ao vôngole com o da safra 2007.
Pizzato
http://www.pizzato.net

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Wines of Chile mostra vinhos de preços interessantes.



Meninas e meninos,
Todas as vezes que o Wines of Chile montou suas mostras de vinhos, tive gratas surpresas.
Vinhos ícones, todos nós sabemos que o Chile produz, e alguns deles são muito bem conhecidos, mas quando provo vinhos que eu, ao menos não conheço, e sei que aqui são vendidos por bons preços, faço questão de falar deles.
A vinícola é a Viña Terramater, e quem importa os vinhos é o Makro Brasil.
A vinícola fica na região do Valle Del Maipo, e que também produz azeites, sendo este um dos mais antigos e aclamados azeites do Chile.
Mas dentre os vinhos degustados, gostei muito do Limited Reserve Sangiovese 2008 14,7% de álcool.
Vinho super equilibrado, com passagem em barris de carvalho francês usados, por 12 meses.
Macio, aromático e equilibrado em taninos e álcool, mostra no olfato frutas mais maduras e açucaradas, com
algo de tostados aparecendo.
Em boca confirma as frutas, acidez ótima para harmonizações várias, eu já pensei de pronto em massas com molhos vermelhos à base de carnes, queijos como o parmesão também devem ficar muito bons com ele.
O melhor de tudo é que por R$25,00, podemos desfrutar deste belo vinho.
Makro
www.makrospeciale.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Degustar vinhos completamente diferentes é um prazer.

Meninas e meninos,
Semana passada tive oportunidade de degustar um vinho, que ainda é experimental, e foram engarrafadas somente poucas garrafas, visto que, como experimento inédito, há que se aprender com ele, e que meu amigo Celso Frizon, do Rancho do Vinho, ganhou. A foto da garrafa até foi motivo de mote ao Loucostelas do facebook.
Pois ele queria a minha opinião, e aproveitamos pedimos a da Gabi Frizon também.
Vocês que já têm algum conhecimento de vinhos sabem que os cortes de mais de 2 uvas, geralmente ocorrem em raríssimos vinhos brancos, como, por exemplo, os Châteauneuf du Pape, que são apenas 10% vinificados como brancos, em relação aos tintos.
Só para ilustrar e comentar um pouco, são vinhos que pela AOC, podem conter corte de até 13 uvas, entre tintas e brancas, quais sejam:
Brancas-Grenache Blanc; Roussane; Clairette; Picpoul; Bourboulenc; Picardan;
Tintas-Grenache; Cinsault; Counoise; Mourvèdre; Muscardin; Syrah; Terret Noir e Vaccarese.
Claro que são vinhos quase únicos em se tratando de aspectos sensoriais visuais, olfativos e gustativos, e o corte leva percentuais maiores desta ou daquela uva que pode transferir aos vinhos sua melhor característica.
No caso que comecei a descrever, só mesmo o enólogo da Fabian, sim, se trata de um vinho Brasileiro, o saberia dizer com precisão, quais percentuais e quais cepas foram utilizadas, mas o que me move a comentar o que vi, senti e bebi, é o inédito de um vinho branco, Brasileiro conter no seu corte 24 uvas, e aqui vão as impressões tomadas do que nominei “Loucuras do Guerino e da Fabian”.
Vinho límpido, brilhante e de um amarelo mais forte, sem chegar ao dourado, mas denunciando idade e estágio em barril de madeira.
Aromas florais predominantes me levam a crer que dentre as cepas utilizadas, algumas são aromáticas, como as Malvasias, a Viognier, Gewürztraminer, por exemplo.
Frutas cítricas aparecem, mas sem predomínio ao floral, também me indicando que algo de Chardonnay deve ter no corte. Sutil especiarias, mais para as vegetais como o funcho.
Em boca acidez não muita marcada, devida talvez à evolução, ou mesmo resultado de uma malolática(indesejada?; proposital?; testada?). Não é vinho fácil de harmonizar, apesar de que para entradas leves e frias como saladas e alguns frutos de mar, deve se dar bem.
Corpo médio, e deixa agradável sensação de boca limpa.
Após algum tempo em taça, abriu mineral e acentuou o funcho.
Espero que as experiências do Guerino continuem e resultem em algo de novo em termos de cortes entre os brancos, que possam vir ao mercado, não ficarem só nas experiências.
Vinhos Fabian
http://www.vinhosfabian.com.br/

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Degustação dos vinhos Isla de Maipo mostra a crescente importância das uvas brancas no Chile

Meninas e meninos,
Em um bate papo descontraído e instrutivo, durante almoço na unidade Vila Nova Conceição do ótimo North Grill, o enólogo Eduardo Jordan, da Isla de Maipo Vineyards, falou de modo à que tivéssemos certeza de que a qualidade do solo da região, que em 1934 deu inicio à vinícola, no Valle Del Maipo, é porque outrora onde hoje é o vale, era um braço do rio Maipo, que no início do século XX secou devido a um terremoto. Isso deu ao solo características especiais, altamente favoráveis à produção de um vinho de alta qualidade, frutado, fresco e muito expressivo.
Falou também das experiências de colheitas em épocas diferentes ano a ano, colhendo-se antes, para verificar o comportamento e o frescor das frutas.
Isto pude observar nos vinhos brancos degustados: um belo Chardonnay e o ótimo Sauvignon Blanc.
1-Isla de Maipo Chardonnay 2010, com 13,5% de álcool, chegou meio fechado, mas com o passar do tempo abriu um sutil gengibre, floral e frutas cítricas.
Em boca confirma as frutas, leve toque mineral. Passa 6 meses sobre suas borras, dando caráter ao vinho, não passa por madeira.
2-Isla de Maipo Sauvignon Blanc Reserva 2010 com 13% de álcool. Ótimo vinho, frutado lembrando damascos, lima, ligeiro vegetal. Em boca traz um leve mineral, acidez impecável, longo, confirma as frutas, ótimo para várias harmonizações como entradas frias, saladas, peixes mais delicados, ceviches, massas com molhos brancos e a base de manteiga ou queijos. Pode e deve ser servido mais refrescado, creio que ao redor dos 8º C, combinando muito com nossos dias calorentos. Foi o vinho branco que escolhi, até pela relação Preço X Qualidade, pois toda a linha Reserva, custa R$ 49,00.
3-Isla de Maipo Carmenère Reserva 2009 com 14% de álcool. Muita fruta no nariz, boa acidez, confirma em boca as frutas, baunilha da madeira. Passa 6 meses por barricas 1/3 usadas, 1/3 inox e 1/3 com aduelas: aqui cabe dizer que é muito inteligente, honesto e verdadeiro, quando se reconhece que as aduelas também podem, na medida certa e com supervisão do enólogo, serem benéficas ao tratamento que se queira dar aos vinhos, contanto que seja um método explicado. Parabéns Eduardo!.
4-Isla de Maipo Syrha Reserva 2009 com 14,5% de álcool. Muita fruta e floral aparecem logo, as especiarias e mineral demoram um pouco, mas estão presentes, aumentando a complexidade deste vinho.Em boca, boa acidez, confirma as frutas e especiarias, aparecem tanto em boca como no olfato um sutil mineral e algo de canforado, mentolado, após algum tempo de descanso na taça.
Passa 6 meses por madeira, com 2/3 entre barricas mais velhas e menos usadas e1/3 inox.
5-Isla de Maipo Cabernet Sauvigno 2010 com 13,5% de álcool. Dos tintos, meu preferido.
Chega logo com aromas mais animais no nariz, algo de charcutaria (aquele misto de parafina e salgado dos salames), frutas maduras. Em boca confirma as frutas, aparecem pela primeira vez, ao menos para mim, taninos presentes , firmes e macios, do jeito que gosto.
Usa os mesmo sistema de barris que o anterior. Ótimo para carnes vermelhas grelhadas ou cozidas de bovino e cordeiro. Porco, suas partes mais gordas também, pois o álcool ajuda. Carnes de caça idem.
6-Isla de Maipo Gran Reserva Carmenère 2010 com 13,5% de álcool. Este vinho não havia ainda chegado ao Brasil, foi uma cortesia do Eduardo e do Caio Gurgel, diretor da importadora traze-lo para a prova. Frutas e toques florais aparecem logo, em boca boa acidez, corpo mais expressivo, confirma as frutas, longo, aparecem algo de animais, passa por barricas de 2º e 3º usos por cerca de 11 meses.
Uma característica dos seus vinhos é não sobrepujar a madeira sobre o frutado, floral e especiarias que a maceração traga, sem perder como disse o Eduardo a elegância e o frescor.
Vinho Sul
www.vinhosul.com.br
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Com nome e sobrenome de artista, os vinhos da Cantine Leonardo da Vinci mostram sua arte própria.



Meninas e meninos,
Convidado pelos meus amigos de longa data, Wilson Felipe e Wilson Jr, agora fazendo parte da W&W Wine Importação e Distribuição, estive em jantar animado no Restaurante Vecchia Cucina, do amigo Sergio Arno, para com a presença de Giovanni Nencini, Vice Presidente de Mkt da Cantine Leonardo da Vinci, degustarmos alguns ótimos vinhos desta vinícola Toscana.
A Cantine Leonardo Da Vinci foi fundada em 1961, por iniciativa de trinta proprietários que decidiram unir forças para combater os problemas oriundos da repartição do sistema de partilha de cultura. Todavia, foi apenas em 1965, que esta sociedade cooperativa conseguiu recriar a sua primeira colheita e criar os seus próprios vinhos, que nessa época eram comercializados a granel. Somente mais tarde, em 1971, deu início à comercialização direta de dois produtos engarrafados, o branco Collebello e o tinto Leonardo Chianti, este, ainda hoje esta presente na vasta gama de vinhos produzidos por esta vinícola. Incentivada pelo sucesso obtido, um ano mais tarde, esta cooperativa decidiu, então, alargar o seu leque de vinhos, tendo como foco os produtos engarrafados em geral e os vinhos de qualidade em particular, que são reconhecidos e premiados mundialmente.
A sede central é histórica, porém totalmente renovada e ampliada. Na verdade, a Cantine Leonardo Da Vinci está localizada na cidade de Vinci, a apenas cinco quilômetros do local onde o gênio Leonardo Da Vinci nasceu, a 15 de abril de 1452. Atualmente, é uma cooperativa de vanguarda, moderna e inovadora, que conta com o trabalho de 160 membros.
Degustamos os seguintes vinhos:
1-Leonardo Ser Piero IGT 2009, CORTE DE 70% Trebbiano 30% Chardonnay, com 14% de álcool. Chegou com floral aberto e algum frutado, e que ao passar do tempo abriu algo de especiarias com a noz moscada. O álcool de início incomodou no nariz, mas foi se assentando e equilibrando, deixando bom equilíbrio com a acidez em boca, que confirmou frutas e especiarias.
2-Leonardo Chianti Clássico DOCG 2007, corte de 90% Sangiovese e 10% Merlot.
Vinho ótimo, aromas frutados, algo de floral, com o tempo em taça apareceu um canforado delicioso, refrescante. Em boca confirma as frutas, ótima acidez equilibrado com taninos, presentes e macios, passa 8 meses em bottes de madeira da Eslavônia. Aqui cabe uma explicação: sempre ouvimos e lemos sobre os barris de carvalho da Eslovênia, ledo engano, pois lá não há madeira para isso, e sim na vizinha Croácia, onde as matas da Eslavônia estão repletas de cedros, utilizados para este fim.
Voltando ao Leonardo Chianti Clássico DOCG, foi o meu favorito, pela relação Preço X Qualidade, custa R$ 87,00 e foi o mais gastronômico, se harmonizando bem com as gastronomias propostas como o Cotechino ou Zampone com lentilhas e o feijão branco com Zampone.
3-Da Vinci Brunello di Montalcino DOCG 2004, um 100% Sangiovese, com 13% de álcool, muito floral e frutado no olfato, e confirmado em boca. Aparecem depois algo de fumo de corda, café, sinais de sua passagem por madeira.
Não fosse o bom preço do Chianti, este belo vinho seria meu eleito, ótimo em acidez, equilibrado em taninos e álcool, aveludado e macio, até pela idade.Um dos mais premiados da Cantine Leonardo da Vinci.
4- Leonardo Tegrino VinSanto DOC 2003, corte de Trebbiano; Malvasia Del Chianti e San Colombano. 16,5% de álcool, dulçor de 90g/l, que acompanha bem sobremesas com frutas secas, queijos mais salgados, sorvetes com frutas e bolos.
W&W Wine
http://www.wewwine.com.br/

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O vinho Madeira Full Rich 5 Anos é da Zahil



Meninas e meninos,
Uma das coisas mais agradáveis no mundo do vinho, é podermos sempre nos atualizar quanto aos sabores, tipos e variedades dos vinhos, que mesmo sendo algum dos rótulos conhecidos, mudam de safra para safra, pois assim é com todos os seres vivos, e o vinho não é exceção.
O Madeira é um dos tipos de vinhos fortificados que existem, produzido na Região Demarcada da Ilha da Madeira, e remonta quase à época da descoberta da ilha em 1419, que mais próxima da África que da Europa, é território português.
Isto posto, o vinho que degustei e achei espetacular é o Vinho Tinto de Sobremesa Madeira Full Rich 5 Anos, também estufado, 100% Tinta Negra, com 19% de álcool.
Com 5 anos de amadurecimento este Full Rich ganha em complexidade, persistência e estrutura, com toques de casca de laranja, bala Toffee e caramelo. Pode acompanhar chocolates, os amargo de preferência aos ao leite, segundo o amigo Bernardo da Zahil, os mesclados com frutas secas, ficam bem. Também os queijos, como os de mofo azul, os queijos amarelos mais salgados como o Regiano e Granapadano. Bolos de frutas secas, sobremesas com figos secos e uma variedade grande de outras sobremesas e bolos.
Um pouco de história deste tipo de vinho:
A área total da ilha da Madeira é de 732 Km2 e a extensão da Região Vitícola é de cerca de 400 hectares. Trata-se de uma paisagem única e caracterizada pela topografia acidentada do relevo, onde os socalcos, terraços onde se plantam as uvas, levam nome de "poios". As condições particulares do solo de origem vulcânica, na sua maioria basálticos, e a proximidade ao mar, associadas às condições climáticas, em que os verões são quentes e úmidos e os invernos amenos, conferem ao vinho características únicas e singulares.
As primeiras castas foram introduzidas sob ordens do Infante D. Henrique,foram importadas de Cândia(capital de Creta, Grécia). Mais tarde foram introduzidas outras castas, como a Tinta Negra Mole, a Sercial, a Boal, a Verdelho e a Malvasia. Estas últimas quatro produzem vinhos de qualidade superior.
São plantadas em latada ou em espaldeira, mas irrigadas através de canais de
captação denominados "levadas", e que perfazem, segundo o site da ilha, 2150 Km.
Envelhecimento:
Os processos de envelhecimento utilizados para o Vinho Madeira são a Estufagem ou o Canteiro.
Na estufagem o vinho é colocado em estufas de aço inox, aquecidas por um sistema de serpentinas, por onde circula água quente, por um período nunca inferior a 3 meses, a uma temperatura entre os 45 e 50 graus Celsius. Concluída a estufagem, o vinho é sujeitado a um período de estágio de pelo menos 90 dias à temperatura ambiente. A partir deste momento pode permanecer em inox, ou ser colocado em cascos de madeira, até reunir as condições que permitam ao enólogo fazer o acabamento do vinho, para que possa ser colocado em garrafa, com a garantia de qualidade necessária. No entanto, estes vinhos nunca podem ser engarrafados e comercializados antes de 31 de Outubro do segundo ano seguinte à vindima. São vinhos majoritariamente de lote.
No canteiro os vinhos selecionados para estágio em Canteiro (esta denominação provém do fato de se colocarem as pipas sobre de traves de madeira, denominadas de canteiros) são envelhecidos em cascos, normalmente nos pisos mais elevados dos armazéns onde as temperaturas são mais altas, pelo período mínimo de 2 anos. Trata-se de um envelhecimento oxidativo em casco, desenvolvendo os vinhos, características únicas de aromas intensos e complexos. Os vinhos de canteiro só poderão ser comercializados, decorridos pelo menos 3 anos, contados a partir de 1 de Janeiro do ano seguinte ao da vindima.
Temos os tipos quanto às indicações de idade:
Selecionado; Rainwater; 5; 10; 15; 20; 30 e mais de 40 anos.
Quanto ao ano da safra temos: Solera; Colheita e Vintage
Quanto ao grau de dulçor temos: Extra Seco; Seco; Meio Seco, Meio Doce e Doce.
A produção de Vinho Madeira feita a partir da casta Tinta Negra Mole representa cerca de 90% do total, sendo os restantes 10%, o Sercial, o Verdelho, o Boal e o Malvasia, originando vinhos finos em geral destinados ao envelhecimento em canteiro, e mais tarde comercializados por melhores preços. O Sercial que terá de ser seco, o Verdelho meio seco, o Boal meio doce e o Malvasia doce, quando comercializados com o designativo da casta, têm de corresponder ao conteúdo, ou seja são monovarietais.
O grosso da produção, 90%, é no geral submetido à estufagem.
Fortificação:
Todos estes vinhos apresentam uma graduação alcoólica que varia de 17 a 22 % em volume, e um teor de açúcar compreendido entre 0 e cerca de 150 gramas por litro. Este açúcar residual é o resultado da interrupção da fermentação alcoólica, por adição de álcool vínico com o mínimo de 96,0 %, em momentos diferentes da fermentação alcoólica, consoante se necessite de vinhos secos ou doces.
Algumas informações foram extraídas do site
http://www.vinhomadeira.pt


Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Mais uma vez a Decanter surpreende o mercado e traz em primeiríssima mão o melhor da Eslovênia-MARJAN SIMČIČ e o melhor da Croácia-KORTA KATARINA.




Meninas e meninos,
Diante do título, podem já perceber que grata e deliciosa degustação, alguns primeiros privilegiados puderam ter.
Sim, pois acabam de chegar estes vinhos, de produção limitadíssima, e de importação idem, e que me encantaram.
Claro que antes de me encantarem, este efeito se fez sentir no Guilherme Correa, que os selecionou, e que juntamente com o Adolar, decidiram-se por tê-los no portifólio da Decanter.
Para muitos, incluindo a mim, foi uma enorme surpresa a qualidade e exuberância destes vinhos. mas antes, um apanhado da excelente demonstração que o amigo Guilherme nos proporcionou. Parte da antiga Iugoslávia, estes dois países de beleza mediterrânea paradisíaca são a nova sensação no mundo do vinho, e estão conquistando os profissionais da área e consumidores no mundo todo. Nos disse Guilherme que em Londres, os vinhos Eslovênios e Croatas são dos mais pedidos em importantes enotecas e restaurantes. O descritivo a seguir, foi extraído da apresentação que o Guilherme nos proporcionou quando degustamos os vinhos importados pela Decanter:
ESLOVÊNIA
Os celtas e ilírios, já elaboraram vinho antes dos romanos na região, que graças aos monges foi mantida a vitivinicultura durante a idade média.
A Eslovênia fez parte do Império Austro-Húngaro, e a partir de 1918 se tornou a antiga Iugoslávia. Em 1991 se tornou a primeira república independente, e desde 2004 integra a Comunidade Européia, tendo pós a 2ª Guerra Mundial a produção vitivinifera ficado na mão das cooperativas = volume, ainda que alguns grandes vinhos fosse, elaborados em Podravje.
Como em 1967 lançam selo de qualidade, algumas vinícolas privadas começaram a emergir na década de 70 e assumem posição de destaque na região, com leis inteligentes fiscalizadas, produtores ambiciosos e enorme potencial natural;
Área plantada de 24.600ha (muito fragmentada), produção anual 0,8 milhão de hl (3/4 de brancos), 5% exportada; 6º consumo mundial (37,34l);
Namizno vino (vinho de mesa); deželno vino PGO (vinho regional de uma região demarcada); e kakovostno vino ZGP (vinho de qualidade) e vrhunsko vino ZGP (vinho premium de qualidade).
A região de Goriška Brda é a maior porção do renomadíssimo Collio da Itália, uma terra de imensa vocação para grandes vinhos, com solos de marga calcária, e um clima moderado pelo sol e ventos mediterrâneos (onde os Alpes dão as mãos ao Mediterrâneo);
Apenas 18 hectares de vinhedos trabalhados naturalmente, há muitos anos sem emprego de nenhum fertilizante ou pesticida químico; 90.000 garrafas totais, em 3 linhas: Classic, Selekcija e Opoka, num estilo bem logrado entre o antigo esloveno, com longuíssimas macerações e exposição ao oxigênio, mas com o frescor e limpeza da enologia moderna.
CROÁCIA
Foram os gregos e fenícios que introduziram a viticultura nesta região do Adriático, que em fins dos séc. XX já era um importante produtor europeu de vinho. Hoje restam aproximadamente 61.000 hectares de vinhedos, para uma produção anual de 1,2 milhões de hl. O 10º maior consumo mundial (26,95l)
A Croácia interior (Kontinentalna Hrvatska) responde por 2/3 da produção do país e sua produção concentra-se nos brancos (em 90%): Riesling Itálico (Graševina), Gewürztraminer, Pinots, Chardonnay, Riesling, Furmint (Moslavac), Blaufränkisch (Frankovka), etc.
A Croácia costeira (Primorska Hrvatska) compreende as regiões da Istria, da Costa Croata e da Dalmácia. Na Istria ao norte predominam as castas bordalesas e as locais Teran e Malvazija. Na Costa Croata (Hrvatsko Primorje) reina a branca local Žlahtina.
Na Dalmácia nascem no entanto os grandes vinhos da Croácia, 70% da produção tinta. A Plavac Mali (Crljenak Kaštelanski x Dobričić) domina e gera vinhos grandiosos nos vinhedos Dingač e Postup na península de Peljesac. Brancos de Pošip, Grk e Bogdanuša também se destacam em ilhas como Korčula. A Crljenak Kaštelanski (Zinfandel) foi encontrada nesta região.. Possuem 400 uvas autóctones que estão ganhando espaço junto a castas internacionais.
A VINÍCOLA Korta Katarina nasceu para ser a melhor vinícola da Croácia, fundada por um casal americano, Lee e Penny Anderson, que participou da reconstrução do país após a guerra civil investindo na mais famosa região de tintos, na estupenda península de Pelješac croata (“grand crus” de Dingač e Postup), berço da uva Plavac Mali (Zinfandel x Dobričić). Na ilha de Korčula, terra da excelente uva Pošip, nasce seu grande branco (região de Čara);
A viticultura é totalmente natural e a vinificação emprega tecnologia de última geração, com longas macerações e períodos de amadurecimento;
Com tradição que remonta há 2500 anos, a Croácia vem descobrindo seu imenso potencial enológico, assentado sobre uvas autóctones;
A Croácia é a “nova Riviera”, o destino turístico mais cobiçado dos europeus no momento. Um paraíso mediterrâneo que inspira um conceito de “joie de vivre”.
Bem, vamos aos vinhos degustados:


MARJAN SIMČI -Eslovênia
Dois brancos para abrir a série.
1-Sivi Pinot 2009–Simčič-Goriska Brda 13,5% de álcool. Esta uva é a Pinot Grigio, de uma acidez incomum, aromas doces confirmados em boca, lembram floral e, mineral e especiarias.
2-Sauvignon Blanc Selekcija 2008–Simčič-Goriska Brda Nossa conhecida Sauvignon Blanc, que neste vinhos em nada se parece com o que já tenhamos degustado.Maravilhoso, vegetal, frutas e mineral aparecem logo, confirmados em boca, cítricos vão surgindo.Vinho com uma persistência inigualável, e uma resistência em taça invejável, pois até o final perdurou brindo especiarias, frutas confitadas, acidez ótima, para mim o melhor branco da mostra, a um preço interessante R$ 140,00.
3-Rebula Opoka 2007–Simčič- Goriska Brda 13,5% de álccol, tinto da conhecida italiana Ribolla, chega a ser untuoso depois de passar 23 meses em barris, divididos em grandes e pequenos, novos e usados.
4-Pinot Noir Selekcija 2008-Simčič Goriska Brda, um Pinot diferente e agradável, cheio de especiarias e florais.
5-Teodor Rdeče Selekcija 2006-Simčič Goriska Brda 14% de álccol, para mim o tinto mais impressionante do painel, e só não aparece na foto, porque o S.Blanc, além de ser branco, próprio para nosso clima, tem uma ótima relação preço X qualidade para estes raros e pouco importados vinhos. Complexo, frutas como ameixas se apresentam no nariz e em boca, especiarias, mineral, longo e agradável, Acidez pede gastronomia. Mescla de Merlot(85%) e Cab Sauvignon, mostra-se ideal para carnes, caças, massas com molhos vermelhos, longo e fino, ótimo.
KORTA KATARINA - Croácia


1-Pošip 2008-Korta Katarina- Ilha de Korčula, 13,5% de álcool, aromas cítricos e algo mineral.Intenso floral aparece, boa acidez.
2-Plavac Mali 2007-Korta Katarina –Pelješac o mais alcoólico de todos, 15,5%, lembrou para muitos algo de “peixe” como o molho sardela, ou anchovas, enfim lembra mar. Diferente, mineral e longo, algo de vegetal ou verdura amarga(me lembrou jiló) que eu gosto, e me fez sentir falta de te-lo ali fritinho em crispis para tirar uma prova de harmonização.
Não é todos os dias que podemos passar por experiências como estas, e agradeço muito aos amigos da Decanter por terem me proporcionado esta degustação.
Deanter
www.decanter.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A hora e a vez do Seña-Delícia, mais uma vertical com vinhos de respeito.




Meninas e meninos,
Em recente encontro onde a estrela de uma degustação vertical, aquelas onde degustamos várias safras de um mesmo vinho, foi o ícone sul americano Seña, pude revisitar um pouco da história dos vinhos Top Chilenos.
Durante sua primeira visita ao Chile, em 1990, Robert Mondavi descobriu o enorme potencial para produzir vinho finos naquele país, e quando conheceu Eduardo Chadwick, presidente da Viña Errazuriz, fundada em 1870, verificou que ambos eram portadores dos mesmo ideais e paixão pelos vinhos. Esta amizade os levou a formar uma sociedade em 1995, onde a filosofia era o esforço de alcançar a excelência na vitivinicultura.
Nascia o Seña, com o propósito de materializar o sonho das famílias envolvidas em demonstrar todo o potencial Chileno, na elaboração de vinhos de alta gama.
A busca pelo melhor terroir para o Seña, levou as equipes de Mondavi e Errazuriz, durante 4, anos ao Valle do Aconcágua, distrito de Ocoa, próximo da costa do oceano Pacífco, e em Setembro de 1999 adquiriram as vinhas de encosta, com 45 ha plantados de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Carmenère e Malbec, sendo os vinhedos conduzidos de acordo com a biodinâmica.
O avô de Chadwick já dizia 125 anos antes que “da melhor terra vem o melhor vinho”
Degustei as safras de 1995; 1997; 2001; 2003 e 2006, e vamos às minhas impressões:
-1995 corte de 70% C. Sauvignon e 30% entre Malbec e Carmenère.
Sua cor denota idade, mas ainda muito brilhante, aromas terciários e balsâmicos, ainda aparecem frutas, mas as de compota.Em boca, confirma o balsâmico, sutil chocolate, acidez muito marcante e taninos presentes, denotando que ainda com o equilíbrio alcoólico, 13%, taninos e acidez, este vinho não chegou ao topo, pode levar mais alguns anos muito bem. Meu segundo vinho em preferência, depois da safra 2003, soberba! Estagia por 14 meses em madeira.O mais europeu de todas as safras, até no álcool moderado para os padrões do novo mundo.
-1997 corte de 84% C. Sauvignon e 16% Carmenère.
Cor muito próxima do anterior, no olfato surgem florais, frutas maduras, terciários também.
Em boca confirma as frutas, acidez boa, taninos macios, e o álcool, 14% aparece um pouco dando calor. Mais de 12 meses em madeira
-2001 corte de 74,9% C. Sauvignon; 15,1% Merlot; 6,3% C. Franc e 3,7% Carmenère.
Com tal precisão no corte, era de se esperar mais desta safra, mas a mim, mostrou-se até mais evoluído na cor que os seus irmãos mais velhos, olfato frutado e algo mineral surge como novidade.
Em boca confirma frutas, acidez mais controlada e um tanto mais curto, álcool 14,3%. Estagia por 18 meses em madeira.
-2003 corte de 52% C. Sauvignon; 40% Merlot; 6% Carmenère e 2% C. Franc.
ESPETACULAR!
Visual rubi denotando a idade, bem brilhante, olfato com mineral(petrolatos), frutas maduras algo dos terciários, o mais intrigante e que sofreu mais modificações com o passar do tempo em taça. Em boca, confirma os frutados, o mineral, taninos presentes e macios, álcool, 14,5% equilibrado, com ótima acidez, surgem notas de café.Longo e expressivo. Muito complexo também em boca. Estagia por 18 meses em barris.
-2006 corte de 55% C. Sauvignon; 16% Merlot; 13% Petit Verdot; 10% Carmenère e 6% C. Franc.
Visual confirma a idade, aliás, foi uma constante em todas as safras. Olfato doce no nariz, com floral e frutas, surgindo sutil cítrico e mineral.Em boca confirma frutas, acidez muito boa, taninos algo secantes ainda, mostrando que este vai bem longe em idade, com seus 14,5% de álcool para ajudar. Devo confessar que meu paladar e o do Robert Parker nunca se aproximaram muito, pois nesta safra ele pontuou o Seña com 95, um ponto abaixo da safra 2007 e dois pontos acima da safra que mais gostei, a 2003. Estagia por 18 meses em barris, é decantado e volta à madeira por mais 12 meses.
-2007 corte de 57% C. Sauvignon; 20% Merlot; 6% C. Franc e 5% Petit Verdot.
Minha terceira melhor safra, com a cor desta vez não indicando seus 4 anos de vida, brilhante, olfato frutado e floral.Boca confirma as frutas, acidez muito boa, equilibrado com taninos e álcool de 14,5%. Estagia apor 22 meses em madeira.
Agradecer por esta oportunidade única se faz mais que urgente, ao Otávio Piva e turma da Expand, responsáveis pela importação e distribuição do Seña.
À enóloga Carolina Herrera, do grupo Errazuriz, que conduziu a degustação, esclarecendo algumas dúvidas, e ao Bar des Arts pelo almoço onde acompanhados das nossas melhores opções dentre as safras, harmonizamos os vinhos com vários pratos.
Expand
www.expand.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cezar Galvão

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Douro Boys, ou De Ouro Boys, ou Do Douro Boys, não importa a nomenclatura, mas que são de ouro, do Douro, isso são.



Meninas e meninos,

Em uma das mais concorridas degustações e master class deste ano, os assim denominados Douro Boys, estiveram reunidos pela primeira vez no Brasil.
Como dizia o release sobre o evento, os “Douro Boys” não são uma banda de música pop, como o nome pode parecer, mas um grupo de amigos e familiares proprietários de cinco prestigiadas vinícolas do Douro: Quinta do Vallado, Niepoort, Quinta do Crasto, Quinta do Vale Dona Maria e Quinta do Vale Meão. Em 2002, eles decidiram se associar informalmente para promover a região, seus vinhos de alta qualidade e, claro, para se divertirem.
Diversão e ensinamentos, foi o que eu particularmente recebi deles na degustaçao comentada que fizeram, em um ambiente de primorosa organização, onde aqui cabe um parabéns pelo eficente, impecável e agradável evento, onde facilmente se contavam mais de 80 pessoas.
Falar destes vinhos ícones é complicado, pois todos são, cada um ao seu estilo, muito elegantes, e vinhos de alta gama.
De todos os vinhos, entre brancos e tintos, o Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2009 me encantou, estava soberbo, com especiarias, frutas e mineral ao olfato. Acidez perfeita, certo cítrico até em boca, confirmando frutas e especiarias. Pedindo comida, logo lembrei de cabrito assado....
O Redoma Reserva Branco 2009 da Nieport; o Quinta Vale D.Maria; o Quinta do Vallado Reserva Field Blend 2008 e o Batuta 2008 também são vinhos que não deixam ninguém desgostoso. Sem falar dos Porto Vintage 2008 Quinta do Vallado e Quinta do Vale Meão, e o 2007 Nieport.
Este grupo representa a modernidade e a revolução na enologia do Douro, já que buscam a renovação de vinhos seculares, porém respeitando as características desta tradicional região, a primeira demarcada no mundo.
Participarm do evento João Ferreira (Quinta do Vallado), José Teles (Quinta de Napolés, Niepoort), Tomás Roquette (Quinta do Crasto), Cristiano van Zeller (Quinta Vale D. Maria) e Francisco ‘Xito’ Olazabal (Quinta do Vale Meão).
Um pouco de cada vinícola:
-Quinta do Vallado
As primeiras referências à Quinta do Vallado datam de 1716. A propriedade foi vendida em 1818 para António Bernardo Ferreira, tio e sogro da futura Dona Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896). Ficando viúva muito cedo, ela demonstrou enorme talento e entusiasmo na gestão das suas propriedades e se transformou em uma das personalidades mais importantes da história da região do Douro.
Há seis gerações, a Quinta situada ao longo das margens do rio Corgo, próxima à foz com o rio Douro – é gerida pela família Ferreira, estando hoje no comando Guilherme Álvares Ribeiro, seu filho João e o sobrinho Francisco Ferreira.
Em 1995, a Quinta passou a vinificar suas próprias uvas e comercializar os vinhos produzidos. Com o apoio do professor Nuno Magalhães, as vinhas foram reestruturadas e o jovem Francisco Olazabal, proprietário da Quinta Vale Meão e familiar de Dona Antónia, se tornou o responsável pela enologia da propriedade.
Hoje, a Quinta do Vallado possui uma área com 67 hectares, destes, 50 hectares são de vinhas novas e 17 hectares das melhores parcelas de vinhas velhas preservadas. Um simpático hotel rural foi inaugurado em 2004 na casa principal.
-Niepoort: Quinta de Nápoles e Quinta do Carril
Fundada em 1842, a empresa de Vinho do Porto Niepoort só adquiriu suas primeiras vinhas em 1987, quando Dirk Niepoort se juntou ao seu pai Rolf no comando dos negócios. Até esta época, a Niepoort era uma tradicional firma de Porto: comprava os vinhos de lavradores do Douro, os envelhecia, loteava e então os comercializava a partir de suas caves em Vila Nova de Gaia.
Para controlar a qualidade dos vinhos desde o princípio, Dirk van der Niepoort comprou a Quinta de Nápoles, no Cima Corgo, na margem esquerda do rio Têdo, com referências que datam ao ano de 1496. Um ano depois, a Niepoort adquiriu a Quinta do Carril, situada na outra margem do rio Têdo.
Como complemento aos primeiros Portos provenientes de uvas próprias, Dirk começou a produzir vinhos de mesa. Em 1990, vinificou pela primeira vez um tinto, a que chamou Robustus. Com poderosos taninos e acentuada acidez, muitas provas o consideraram “imbebível”. O vinho não foi lançado no mercado e só 10 anos mais tarde foi redescoberto com entusiasmo.
Dirk vinificou o Redoma tinto a partir de uvas colhidas em 1991. O Redoma branco foi lançado em 1995, seguido por um rosé com o mesmo nome em 1999, ano em que também chegou ao mercado o primeiro Batuta, que rapidamente se transformou em um vinho de culto em Portugal. -Quinta do Crasto
Dirigida pela família Roquette, a Quinta do Crasto é mencionada em documentos que datam de 1615. Constituída por 130 hectares, dos quais 70 são de vinhas tipo “A”, está localizada na margem direita do rio Douro, entre Régua e Pinhão. Na vinícola, a tradição e a modernidade coexistem com sucesso.
Nos patamares antigos da Quinta, as vinhas velhas, de castas variadas, têm até 90 anos de idade. A partir de 1981, vinhas novas foram plantadas em tradicionais patamares e algumas vinhas ao alto, utilizando as principais castas do Douro (Tinta Roriz, Touriga francesa, Tinta barroca, Tinto cão e Touriga francesa). Na adega, os velhos lagares de granito estão equipados com sistemas de controle de temperaturas, cubas em aço inox de pequenas dimensões e prensas pneumáticas.
Jorge Roquette também investiu na constituição de um estoque de vinho do Porto, tendo armazenado durante toda a década de 80 alguns dos seus melhores vinhos, de maneira a cumprir os regulamentos de uma quinta exportadora de Porto.
Em 1994, o enólogo australiano Dominic Morris começou a trabalhar com a família Roquettte na vinificação de vinhos tintos. No mesmo ano, a Quinta do Crasto produziu, na nova adega, o seu primeiro tinto, que era constituído por 80% de Tinta Roriz e 20% de Touriga francesa.
Atualmente, Tomás Roquette é o responsável pela gestão da Quinta e pela produção de Vinho do Porto e Miguel Roquette atende pelas vendas e marketing.
-Quinta do Vale Dona Maria
Cristiano van Zeller deixou a Quinta do Noval em 1993, quando ela foi vendida para a AXA Millésime. Em 1995, ele comprou a sua primeira vinha (Quinta de Vale da Mina) e um ano depois, adquiriu a Quinta do Vale Dona Maria, que há mais de 200 anos pertencia à família da sua mulher.
Situada no vale do rio Torto, no coração do Douro, e constituída por 10 hectares de vinha, com Tinta Amarela, Rufete, Tinta barroca, Tinta Roriz, Touriga Francesa, Touriga Nacional, Sousão e muitas outras com mais de 50 anos. Embora precisasse de muito trabalho de renovação e reconstrução, Cristiano van Zeller enxergava grande potencial na Quinta.
Mesmo 1996 não tendo sido um ano excepcional, os Portos e tintos produzidos na Quinta Vale Dona Maria revelaram-se de grande qualidade, com enorme concentração e magníficos taninos. Evoluíram com elegância após maturação em madeira, apresentando harmonia e um final longo. A reação favorável do mercado levou Cristiano a iniciar um plano de investimento para os 15 anos seguintes, a fim de renovar as vinhas e restaurar toda a Quinta, que hoje tem uma área de 21 hectares de vinha (3,5 hectares foram plantados em 2004, 1,5 hectares em 2007 e outros 6 hectares de vinhas velhas foram recentemente comprados).
A Quinta Vale Dona Maria é uma marca de sucesso desde a colheita de 1997. Todos os vinhos tintos são pisados a pé, em lagares com controle de temperatura, sendo a fermentação terminada em cubas de aço inox. Os vinhos, de cor carregada e enorme concentração, são caracterizados por taninos maduros e suaves, com um final muito frutado. Os vinhos envelhecem 12 a 24 meses em barricas de carvalho francês. Eles não são filtrados ou, se o são, muito ligeiramente, antes do engarrafamento.
A jovem enóloga Sandra Tavares da Silva é responsável pela qualidade dos vinhos na Quinta do Vale Dona Maria.
-Quinta do Vale Meão
Última obra da legendária Dona Antónia Adelaide Ferreira, que em 1877, comprou os 270 hectares de terra e construiu a casa da Quinta, começando também com a plantação das vinhas. Atualmente, a Quinta pertence ao seu trineto Francisco Olazabal, antigo presidente da empresa A.A. Ferreira, a quem costumava vender as uvas todos os anos. Em 1998, Francisco (Vito) Olazabal tornou-se num produtor independente, deixou a empresa Ferreira e começou a desenvolver o seu projeto em conjunto com o seu filho Francisco (Xito) de Olazabal.
Com esse propósito, deu início à renovação dos impressionantes e centenários armazéns, com paredes duplas de granito e bonitos tetos em madeira de castanho, equipando-os também com a mais moderna tecnologia. Todos os trabalhos foram cuidadosamente planeados e executados de maneira a evitar qualquer estrago na arquitetura do edifício. Os antigos lagares de granito foram reativados, mas em versão menor.
As vinhas estão plantadas em 67 hectares, em solos de ardósia, granito e gravilha de aluvião. Esta diversidade de solos é pouco usual na região do Douro e contribui para a complexidade dos seus vinhos. As vinhas estão dividas da em Touriga Nacional (40%), Tinta Roriz (30%), Touriga Francesa (15%), Tinta Amarela (5%), Tinta Barroca (5%) e Tinto Cão (5%).
http://www.douroboys.com/






Até o próximo brinde!


Álvaro Cézar Galvão

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Melhor de Portugal Ao Vivo na Decanter Taste Portugal



Meninas e meninos,
Vai acontecer na próxima semana um evento imperdível para os amantes dos bons vinhos.
A Decanter, importadora que tem vários vinhos e de várias regiões, fará um Taste, que denominou O MELHOR DE PORTUGAL, por razões óbvias, já que os vinhos serão todos deste país repleto de uvas autóctones, de vinhos singulares e que vem ganhando espaço em nossas importações.
Conhecendo a turminha do Adolar Hermann, tanto os profissionais que trabalham por aqui, na importadora, quanto os seus representados portugueses, eu se fosse você, não perderia por nada, além disso, o valor pago pata a entrada é reversível em compras, não é bom isto?
Vejam mais detalhes no folder, ou já se antecipando, liguem para 11 3702-2020 em São Paulo, ou pela web www.enotecadecantersp.com.br


Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Badia a Coltbuono um dos maiores nomes do Chianti Clássico.



Meninas e meninos,
Faz algumas semanas, fomos brindados pela vinda ao Brasil, de Emanuela Stucchi, proprietária da vinícola Badia a Coltibuono da Toscana.
Quando a eficiente e linda Sofia Carvalhosa, em nome de Ciro Lilla e da Mistral, me honrou com o convite, já sabia que iria degustar vinhos ícones e que ficariam em minhas memórias olfativa e gustativa.
Emanuela está à frente da vinícola desde 1989, vinícola esta adquirida pela família em 1846, e é uma das pioneiras em agricultura biológica na Itália.
Como a primeira mulher a se tornar presidente do Conzorcio Marchio Storico Gallo Nero, de Chianti Clássico, vem desenvolvendo belo trabalho na elevação da qualidade e preservação tanto de sua propriedade, como de modo geral.
Sua mãe, Lorenza di Médici, autora do livro Italy- The Beautiful Cook Book, e que vendeu mais de 2.000.000 de exemplares, já mostrava de qual DNA, Emanuela seria formada.
Emanula me disse que guardam na vinícola os vinhos de todas as safras, desde 1947, uma verdadeira memória histórica líquida.
Degustamos 6 vinhos, nesta ordem, que Emanuela sabia que seriam degustados, e uma surpresa para ela e para todos nós, proporcionada pela Mistral, que logo mais descreverei.
1-Sangiovese Cancelli 2009, um vinho de muito boa relação preço X qualidade, com corte de 70% Sangiovese e 30% Syrah, 12,5% de álcool, vinho fácil de beber, menos de R$ 60,00.
2- Chianti Classico Selezione RS 2007 um 100% Sangiovese, 13% de álccol bem equilibrado com a boa acidez, frutas como figo no olfato, longo e generoso.
3-Chianti Classico 2008, um corte das uvas Sangiovese(90%) e Canaiolo, floral, frutas algo cítricas, confirma em boca sutil confitado de cítricos, longo e denso, fácil de gostar, com boa acidez e álcool 14% equilibrados com taninos presentes. Se não fosse o vinho surpresa e o fora de série Vin Santo, seria o meu vinho da degustação. Outro que tem relação preço X qualidade muito boa para estes vinhos, menos de R$ 115,00.
4-Chianti Classico Riserva 2006, 14,5% de álcool, 100% Sangiovese, até um mineral aparece neste vinho. Complexo.
5-Sangioveto 2004, 15% de álcool, minúscula produção, este 100% Sangiovese, frutas já mais passadas, algo de doce de fundo de tacho, floral ainda, algo balsâmico presente, é um IGT, pois foi antes das novas regras da D.O.C.
6- Sangioveto 1990, a grande surpresa até para a Emanuela.
Vinho ainda íntegro, macio, taninos já resolvidos, acidez ainda presente, balsâmico, com vida, e ótimo de se degustar.Vinho com mais de 20 anos, ainda agüentando uma harmonização, creio que ficaria ótimo com um uma dobradinha, ou com uma polenta mole ao ragú de funghi.
Para fechar esta festa, o Vin Santo 2004, mescla de 50% de Trebbiano e 50% Malvasia, frutas secas, acidez impecável, o que me faz dizer que foi um dos vinhos de sobremesa que mais me agradou no conjunto em muito degustados. Não é dos mais alcoólicos, 16,5%, facilitando algumas harmonizações com ele, como os queijos azuis. Pelo seu floral exuberante, e frutas secas, vai bem com bolos de frutas, secas ou não, panetones, algumas sobremesas geladas, pavês, com sorvetes, e quem sabe, algo de ousado como chocolate amargo, não solo, mas em massas de bolos e confeitos.
Quem importa os vinhos Badia a Coltibuono é a Mistral.
www.mistral.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Casamento perfeito entre gastronomia, azeites e vinhos nos remete ao sagrado.



Meninas e meninos,

Assim como os vinhos, o azeite também é ancestral, e para completar com um pouco de história, segue abaixo, o que se sabe deste rico alimento.

A origem da oliveira, remonta à era terciária, anterior ao aparecimento do homem, provavelmente na Síria ou na Palestina, regiões onde foram descobertos vestígios de instalações de produção de azeite e fragmentos de vasos.

Contudo, em toda a bacia do Mediterrâneo foram encontradas folhas de oliveira fossilizadas, datadas do Paleolítico e do Neolítico, sendo também pesquisada a sua origem ao sul do Cáucaso, nos altos planos do Irã.

Por volta de 3000 A.C a oliveira já era cultivada e sabe-se, que há mais de 6.000 anos, o azeite era usado pelos povos da Mesopotâmia como um protetor do frio e para o enfrentamento das batalhas, ocasiões em que as pessoas se untavam dele. De acordo com a Bíblia, havia comércio de azeite entre os negociantes da cidade de Tiro, que, provavelmente, o exportavam para o Egito. São necessárias de 1.300 a 2.000 azeitonas para produzir 250 ml de azeite.

O azeite da oliveira deve ser produzido somente a partir de azeitonas e não podem ser denominados desta forma óleos extraídos por solventes ou re-esterificação, nem misturas com outros tipos de óleo.

Na atualidade, os métodos tradicionais de processamento da azeitonas deram lugar a processos modernos de extração, utilizando variação de pressão e temperatura. Com isso, o método tradicional de prensagem a frio quase não existe mais e classifica-se o azeite segundo seu processo de produção da seguinte forma:
-Azeite de oliveira virgem, obtido por processos mecânicos.

Dependendo da acidez do produto obtido, este azeite pode ser classificado como sendo do tipo extra, virgem ou comum.

O azeite virgem apresenta acidez máxima de 2%.

-Azeite extra-virgem. O azeite não pode passar de 0,8% de acidez (em ácido oléico) e nem apresentar defeitos. O órgão que os regulamenta e define quais defeitos são catalogados é o Conselho Oleícola Internacional.

-Azeite de oliva refinado, produzido pela refinação do azeite virgem, que apresenta alta acidez e incidência de defeitos a serem eliminados na refinação. Pode ser misturado com o azeite virgem. -Azeite de oliva comum é obtido da mistura do azeite lampante, inadequado ao consumo, reciclado por meio de processos físico-químicos e sua mistura com azeite virgem e extra-virgem. O azeite de oliva comum não possui regulamentação.

Hoje, além dos produtores mais tradicionais, os países europeus, como Portugal, Espanha, França, Itália, vemos novos países surgindo com força e qualidade, sendo o Chile um deles.
Depois desta introdução sobre os azeites, meu amigo da distribuição da Bodega Cassis, Uruguaia, o Wilton Conde, está trazendo um azeite Chileno, mais especificamente do Valle de Limarí, o Olivares de Rossi, um monovarietal de Arbequina, oliva originária da Espanha e muito bem adaptada do terroir Chileno, e que me encantou pelos aromas, sabor e persistência. Utilizei-o para a finalização em um risoto de pêras e queijo Brie que fiz, regando ao final com o Olivares de Rossi.
Para acompanhar, um vinho da Dal Pizzol, o Chardonnay 2011, recém engarrafado, cor amarelo claro, brilhante, com aromas de frutas como maças verdes, pêras, e cítricos como o limão Siciliano. Em boca confirma as frutas, ótima acidez, longo, macio, equilibrado, e que em minha opinião, até pode ser harmonizado com gastronomias mais gordurosas, apesar de patamar comportado do álcool 12%.
Dal Pízzol
www.dalpizzol.com.br


Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Longevidade dos vinhos Brasileiros é posta à prova mais uma vez.



Meninas e meninos,
Tenho sido muito enfático ao dizer que aqueles que não acreditavam ou ainda não acreditam que os vinhos Brasileiros possam ser longevos, estão ficando cada vez mais sem argumentos.
Talvez digam alguns que os vinhos Brasileiros não consigam ser tão longevos quanto os Bordeaux, os grandes Borgonha, os potentes Barolos, e os ótimos Brunellos, mas sempre alerto: OS VINHOS BRASILEIROS NÃO SÃO IGUAIS E NEM O DESEJAMOS.
Nesta edição, recém terminada do Paladar Cozinha do Brasil, evento promovido pelo caderno Paladar do jornal O Estado de São Paulo, mais uma vez, os vinhos Brasileiros foram postos à prova em sua capacidade de envelhecer e bem, com o painel onde uma vertical dos vinhos Dal Pizzol Merlot foi degustada.
Estavam presentes os exemplares das safras 1991; 1993; 1999; 2002 e 2004.
O painel foi dirigido pelo competente Luiz “Gentleman” Horta, que pediu para que as duas garrafas dos mais velhos, ou seja, safra 1991, fossem abertas, para ver se alguma diferença havia entre elas, e em nada diferiam.
Vejam as minhas impressões sobre as safras degustadas:
-1991 Visual igual em ambas as taças, originadas cada uma de uma garrafa, com cor ainda rubra, com bordas de envelhecimento, límpidas, brilhantes e sem depósitos.
Aromas terciários de couro, animal, ainda algo das frutas doces de fundo de tacho, sutil balsâmico.Em boca ainda boa acidez, taninos presentes depois de tantos anos, e com bom equilíbrio. Minha safra favorita e em iguais condições à de 1999, mas claro que optei por esta, por ser a mais velha.
-1993 Cor mais atijolada que a safra anterior, olfato e boca mais discretos, indicando talvez uma safra menos primorosa.
-1999 Cor denotando o tempo, mas límpida e brilhante, sem depósitos, aromas frutados e sutil floral, algo de animal. Em boca confirma as frutas, boa acidez e taninos macios, minha segunda opção de melhor safra, só perdendo mesmo, pela idade da safra 1991, com 20 anos.
-2002 Cor mais rubi, aromas mais frutados, algo balsâmico, chocolate, em boca confirma chocolate e frutas, boa acidez e taninos presentes.
-2004 A safra mais “novinha”, cor rubi com halo evolutivo, mais fechado no olftato, demorando mais para abrir frutas e animais.Acidez menos acentuada que as anteriores, mas com taninos ainda firmes.
Resumindo, apara quem não percebe, temos bons vinhos que podem sim ser longevos, guardadas as características de nossas expressões de terroirs.
Ano passado, em duas ocasiões diferentes, degustei safras 1991 do Baron de Lantier, e em ambas os vinhos estavam maravilhosos.
Parabéns Luiz “Gentleman” Horta, ao caderno Paladar, ao vinho Brasileiro, parabéns Antonio e Rinaldo Dal Pizzol. Obrigado pelo convite e por poder mais uma vez comprovar o que tenho dito: Vinho de boas uvas e bem vinificado, é vinho bom em qualquer lugar.
Dal Pizzol
www.dalpizzol.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Hervé Birnie-Scott e os vinhos TERRAZAS DE LOS ANDES



Meninas e meninos,
Hervé Birnie-Scott, chef de Caves da vinícola, esteve em rápida passagem pelo Brasil, e por São Paulo, não sem ao menos, com a ajuda do amigo Fred, da assessoria de imprensa, intermediar uma pequena resenha, pois a falta de tempo e o acumulo de atividades não permitiu muito mais.
Antes um pouco do que já escrevi poderá ser lido em: http://divinoguia.blogspot.com/2008/09/este-vinho-pede-sobremesas-afincado.html



Um pouco da história da vinícola:

Terrazas de los Andes, localizada em Mendoza, Argentina, é uma bodega especializada em vinhedos de altitude, onde elabora vinhos considerados super Premium.
Ao findar da década de 50, a Moët & Chandon, empresa do grupo LVMH, enviou à
América do sul, seu diretor de enología, Renaud Poirier, para investigar o potencial da região para a elaboração de vinhos de qualidade internacional.
Poirier se impressionou com as ótimas condições encontradas em Mendoza, principalmente em Lujan de Cuyo, inclusive com vinhedos já plantados nesta altitude. Poirier e Moët & Chandon decidiram então aí iniciar seus primeiros vinhedos fora da França.
A bodega Terrazas de los Andes surge ao final da década de 90, pensando em vinhos superiores, e ao longo de anos de estudos sobre o microclima e solos da região, permitiram à vinícola se fortalecer na criação de belos vinhedos e conseqüentes vinhos espetaculares nesta altitude Mendoncina, focados em algumas variedades que se expressam de maneira única neste terroir, combinadas à altitude de cada parcela do vinhedo.
Chardonnay (1200 m.); Merlot(11500); Malbec (1067 m.); Petit Manseng(1000); Cabernet Sauvignon (980 m.); e Syrah (800 m.).
Vejam o que o Hervé me respondeu:
DivinoGuia-Como foi a adaptação de um enólogo francês ao terroir Mendoncino?
Hervé-Foi como um encontro de uma pessoa e um tesouro. Descobri um diamante ainda não lapidado, que era Mendoza 20 anos atrás. Tive que lapidá-lo.
DG-A Petit Verdot está nos planos para integrar a família de rótulos Terrazas?
H-Não como variedade pura, mas sim como componente para temperar alguns varietais dominantes como Malbec, C. Sauvigbon ou até com a Merlot.
DG-A Petit Manseng do Afincado Tardio, seria interessante para um Botrytizado? ver http://divinoguia.blogspot.com/2008/09/este-vinho-pede-sobremesas-afincado.html
H-A Petit Manseng é uma variedade muito especial que permite elaborar vinhos licorosos com super maturação e colheita bem tardia por sua casca grossa. O fungo botrytis precisa de umidade e não se desenvolveria na área seca de Mendoza.
DG-Quando o vi, na ocasião daquele almoço ano passado, havia dito a você que para mim, o Terrazas Reserva Malbec, nada devia ao Afincado. E agora nesta nova safra, com está vinho? ver http://divinoguia.blogspot.com/2010/07/almoco-com-herve-birnie-scott.html
H-A safra 2008 do reserva Malbec tem uma definição aromática de fruta muito elegante e muito precisa, muita fruta negra como cereja, longo na boca, com intensidade de Malbec; floral (violeta) e uns aromas complexos como menta e canela, e isto complementado com aporte de barrica nova, com tostado que trouxe aromas de baunilha, caramelo em harmonia com a fruta. Foi um ano de temperatura fresca e em boca sentimos a frescura natural do vinho, boa acidez e tanino sedosos e equilibrados. Um vinho que tem ótimo potencial de envelhecimento.
DG- Planos para um espumante com rótulo Terrazas, já que a LVMH é expert em tais vinhos?
H-Não há nenhum interesse em elaborar vinhos espumantes na Bodega Terrazas.
DG-Em sua opinião, para a enogastronomia, qual família de rótulos Terrazas aconselha?
H-Torrontés: vai bem com comida asiática e sushis
Chardonnay: vai bem com peixes e frutos do mar
Malbec: para carnes suculentas de churrasco
Cabernet Sauvignon: vai bem com ragouts de carne e molhos mais fortes
Afincado Malbec: por ser mais denso e concentrado e complexo vai bem com carnes tostadas por fora.
Pena que não pudemos nos estender e usufruir a sabedoria e experiência do Hervé, mas vinho é business, e ele mal teve tempo de respirar, quando em sua passagem por aqui.
Obrigado pela pequena resenha.
Terrazas de los Andes
www.terrazasdelosandes.com.ar

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão







quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Gastronomia Solidária ganha renda de show da banda Friends

Meninas e meninos,
Mais uma vez, venho postar sobre este projeto bacana que é o Gastronomia Solidária.
Agora para divulgar show da banda Friends, que será realizado dia 16 de Agosto, no Tucarena, Rua Bartira esquina com Monte Alegre, 1024, e que terá a renda da gravação do CD e do show, revertida para o Projeto Gastronomia Solidária.
Para saber mais sobre o projeto, veja aqui

Para maiores informações –
Projeto Gastronomia Solidária
Telefone: (11) 2768-9245 / (11)7674-4380
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

terça-feira, 2 de agosto de 2011

I Giusti & Zanza compartilha arte nos rótulos e histórias de paixão por óperas.



Meninas e meninos,
Em recente almoço com Paolo Giusti, proprietário da vinícola Toscana I Giusti & Zanza, pude degustar seus vinhos e apreciar a arte estampada nos rótulos, criação dos artistas Ettor Sottsass e Mattia di Rosa.
Com manejo orgânico, distribuído em 17 ha, onde parte das vinhas atinge cerca de 50 anos de idade, são elaborados 4 vinhos IGT, onde se aplica a designação Super Toscano, sendo 3 com seus nomes inspirados na ópera L’Elisir d’Amore de Donizetti, e um homenageando o pai de Paolo, Bruno.
Sua produção por planta não passa de 1 kg, não usam estabilizante e sua filtração é muito ligeira, tudo para em nada interferir no caráter demonstrado na vinificação. Com características únicas de uma vinícola que se localiza a não mais de 15 km da costa,
sua primeira safra ocorreu em 1999, e de lá para cá, vem obtendo vinhos saborosos e com vigoroso corpo.
Degustei:
-Nemorino Tinto 2007, corte de 60% Syrah; 20% Sangiovese e 20% Merlot, com olfato balsâmico, frutas maduras, talvez ameixas pretas, sutil mentolado e chá. Em boca boa acidez, confirma as frutas, longo, taninos presentes, e algo de especiarias.
Com 14% de álcool, equilibrado, passa por barris de carvalho Francês de 300 l por período curto, 6 meses, e mais 6 meses em garrafa, antes de sair ao mercado.
-Belcore 2007, corte de 80% Sangiovese e 20% Merlot, com olfato frutado, algo cítrico, abre alcaçuz após algum tempo em taça, em boca ótima acidez integrada aos 14% de álcool e com taninos presentes, macios. Longo e agradável, para mim o mais gastronômico e meu preferido com o Stinco de Cordeiro servido. Passa por madeira por cerca de 8 meses e mais 6 em garrafa.
-Perbruno 2007, varietal Syrah, é muito aromático no olfato, com frutas maduras, floral, especiarias, algo balsâmico e mineral. Em boca acidez média, confirmando frutas, especiarias, taninos presentes e bons. Passa por madeira por cerca de 12 meses e 6 em garrafa.
-Dulcamara 2006, corte de 70% Cabernet Sauvignon; 25% Merlot e 5% Petit Verdot, já apresenta algo de aromas terciários, frutas doces, algo terroso e balsâmico, em boca acidez muito boa, confirma as frutas, algo de charcutaria, taninos macios, bom corpo. Passa por madeira por cerca de 18 meses e mais 6 em garrafa. Belíssimo vinho também, bom para as carnes sejam grelhadas ou em molhos, já que tem álcool para isso, 14,5%.
Quem importa estes vinhos é a importadora que importa para você a Cantu
www.cantu.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão