segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Vinhos Brasileiros são longevos sim, digo sempre a quem quiser ouvir!


Meninas e meninos,
Por várias vezes tenho postado sobre este predicado que alguns vinhos Brasileiros, e quando a proposta do enólogo seja esta, se mostram íntegros por décadas.
Há os que também, apesar da proposta não ser de maior guarda, resistem muito bem aos anos, e por aí vamos.
Ainda ontem, na serra gaúcha, mais especificamente em Faria Lemos, na vinícola Dal Pizzol, tive oportunidade de degustar um vinho que está na vinoteca da vinícola, um Cabernet Sauvignon 1985, a pedido do jornalista Marcos Pivetta.
Não há rótulo, pois foram das garrafas reservadas para exatamente este acompanhamento, mas estava muito bom de ser degustado.
O vinho foi apresentado em muito boa companhia, do querido amigo Antonio Dal Pizzol, e do também não menos querido e amigo, o enólogo Dirceu Scottá, que o decantou para retirada de borras, e quase de imediato o serviu, para evitar maior exposição ao oxigênio.
Gosto de vinhos evoluídos, e para mim, foi uma agradável surpresa este Cabernet Sauvignon, que ainda por cima, prestem atenção, não passa por madeira!
Àqueles que dizem ser a madeira um potente protetor, aí está a prova que somente com as características físico-químicas, e organoléptico-sensoriais, podem os enólogos se aventurar a dizer ser este ou aquele vinho mais adequado à guarda.  
Sua cor mais atijolada é claro que dizia ter idade, mas com os minutos ao ar livre, seu brilho e matizes rubi se estabeleceram.
Olfato no início tímido, logo em seguida mais exuberante, com geléias e compotas de frutas, a até um certo cítrico na compota de laranja.
Leve balsâmico, que aumenta com a aeração, e com a diminuição do frutado, com o tempo em taça.
Boca confirma frutas, o balsâmico, acidez ainda notada e taninos ainda presentes, sedosos, macios, mas ali.
Como todo vinho de mais idade é desfruta-lo logo, pois com o passar do tempo se esvaem os aromas, mas em boca continua bom, fácil de beber, macio e gostoso.
Novamente lembro que não são todos os que apreciam um vinho com mais idade, mas se tivesse um rótulo, daqueles emblemáticos franceses de Bordeaux ou Borgonha, ou mesmo Italiano da Toscana, creio que muitos o achariam esplêndido!

Eu, de minha parte, mesmo sem rótulo gostei, e vivas sempre aos bons vinhos, sejam daqui ou dali.
Dal Pizzol
www.dalpizzol.com.br
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

4 comentários:

Bete Duarte disse...

Olá querido Álvaro,

Também fiquei impressionada com o vinho. Poderemos ter mais boas supresas, hoje, aqui em Porto Alegre, no restaurante Peppo, teremos uma degustação de vinhos brasileiros velhos. Depois lhe conto o resultado...
Abraços
Bete

Álvaro Cézar Galvão disse...

Querida Bete, como gostaria de estar contigo nesta degustação, mas se tivessem me avisado, quem sabe não poderia ter dado o cano nos compromissos que se avolumaram durante a semana ausente e provar estas delícias?
Não deixe de me contar como foi.
Beijos de luz

guss acioli disse...

Nunca tinha tomado um vinho tão velho e, para a minha boa surpresa, sua performance foi extremamente agradável. Abraço ao Alvaro, pela companhia e pelos ensinamentos preciosos.

Álvaro Cézar Galvão disse...

Gustavo, o mundo do vinho é assim, sempre cheio de surpresas, além do mais é uma bebida gregária, fazendo-nos encontrar pessoas bacanas como você.
Tem mais postagens sobre a longevidade dos vinhos Brasileiros no blog,
Abraços de luz