quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Raquel Mendes-Quinta Mendes Pereira – a Arte do Vinho


Meninas e meninos,

Quando em 2007 fiz uma entrevista com a brasileira Raquel Mendes Pereira, que tem o seu nome ligado à Quinta Mendes Pereira em Portugal, e lá fazia vinhos, parece que advinhava que em pouco tempo ela seria noticia pelo ineditismo e por seus vinhos.
Experimentei alguns dos seus vinhos, e achei-os todos muito bem vinificados, corretos, gostando muito do Garrafeira, se não me engano da safra 2003.
Agora recebo deles a informação que este mês, a Quinta Mendes Pereira foi destacada pela revista WINE com notas de 16,5(em 20) para o blend Tinto Garrafeira de 2004, e 17 para oTouriga Nacional Reserva de 2005.

Reproduzo abaixo o que escrevi à época:

Fevereiro de 2002 – Raquel Mendes, Brasileira nascida em Campinas e vivendo em São Paulo, muda de residência para Portugal. Cinqüenta anos antes, o seu pai tinha feito o trajeto inverso para se fixar no Estado de São Paulo.
Carrega consigo um objetivo no mínimo fora do comum: Renovar uma propriedade de família no centro de Portugal e lançar um novo produto e uma nova marca no competitivo sector dos vinhos. Os seus aliados são o seu marido – Carlos Cruz, empresário Português até à data residente em São Paulo – suas duas filhas, e sua família Paulista, que ficou a torcer pelo sucesso no Brasil.
Os contornos do projeto apenas começam a ser desenhados, mas estão já decididas várias regras do negócio. A marca e os produtos têm que se distinguir pela sua imagem de qualidade, e visarão ser aceitos por um público consumidor diferenciado e conhecedor. Desde o primeiro minuto que um dos seus objetivos é regressar ao Brasil para confirmar o seu projeto no mercado Brasileiro.
A Quinta – nome vulgar em Portugal para uma produção agrícola familiar – muda o seu nome tradicional de “Quinta da Sobreira” para “Quinta Mendes Pereira”, arrastando neste empreendimento o seu nome e o da sua família. Desta forma foi honrada também a sua família, pois Mendes Pereira é o sobrenome do seu Pai, o Português Comendador José Mendes Pereira.
Cumprir estes desígnios no Velho Mundo, não aparenta ser tarefa fácil onde imperam os reconhecidos vinhos Franceses, os encorpados vinhos Espanhóis, os elegantes vinhos Italianos e os tradicionais vinhos Portugueses.
Julho de 2007 – Raquel Mendes está em São Paulo, colaborando com o importador e distribuidor “Lusitana de Vinhos”, no lançamento dos seus produtos no exigente mercado Brasileiro.
Nos últimos cinco anos, o consumidor brasileiro de vinhos de qualidade, deixou de ser exclusivo de uma pequena elite que seguia modas internacionais dos vinhos Europeus. Atualmente o Brasil possui centenas de milhar de consumidores fortemente conhecedores e apreciadores de um vinho de qualidade. O mercado apresenta novos e excelentes vinhos nacionais, confirmadas ofertas Chilenas, Argentinas, Australianas e Neozelandesas, bem como os tradicionais vinhos Europeus.
Contudo, desde o seu nascimento há cinco anos, a produção do Quinta Mendes Pereira foi premiado quatro vezes pela Comissão de Vinhos do Dão, encontrando-se a sua safra de 2006 a participar no atual concurso de produtores.
Em 2006, e sob a insígnia “A Arte do Vinho”, dois dos seus vinhos tintos de 2003 – o Garrafeira e o Colheita DOC – foram incluídos na lista dos 160 melhores vinhos de Portugal. Essa lista compreende ofertas desde os vinhos do Porto e Madeira até aos Verdes e Maduros Tintos e Brancos, que estejam em comercialização efetiva e não apenas nas prateleiras de colecionadores.
Raquel Mendes é a única Brasileira produzindo vinhos de qualidade premiados em Portugal e talvez mesmo a única Brasileira produzindo vinhos na Europa. Ela conseguiu incorporar nos seus vinhos uma elegância invejável, um corpo forte e vigoroso, uma persistência prolongada no paladar, um aroma encantador de frutos vermelhos nos Tintos e explosão rica frutada e seca nos Brancos, associada a uma suavidade ímpar que desperta de imediato a vontade de não interromper nunca a degustação destes néctares.
Na Quinta, toda a cultura de videiras está plantada em suaves encostas, com ligeira inclinação a sul (sol predominante), num solo profundo de 25 metros até 30 metros, em boa mistura de terra arenosa com argila, seca à superfície como mandam as regras da boa vinha, e riquíssimo em água na transição freática para o subsolo. A Quinta Mendes Pereira possui um lago com um hectare de extensão, que assegura continuamente a riqueza de água do solo de profundidade, evitando a necessidade da rega e eliminando as doenças de podridão das plantas. As videiras foram parcialmente renovadas de forma a garantir a homogeneidade da produção e de acordo com as castas tintas selecionadas Touriga Nacional, Tinta Roriz (Aragonês) e Alfrocheiro, bem como as castas brancas Encruzado, Cerceal e Bical.
A produção da Quinta é seguida tecnicamente por um Engenheiro Agrônomo e por um Enólogo. Tem como objetivo dominante a manutenção e melhoria da qualidade conseguida e reconhecida, e assegurar um volume de produção do vinho selecionado que permita responder com as quantidades necessárias, a procura homogênea no tempo por parte dos mercados de eleição.
Após o engarrafamento, o vinho pode ser consumido de imediato, ou pode ser guardado por longos períodos. Para armazenamento recomenda-se uma temperatura de 18º num ambiente com ausência de luz.
“A Quinta Mendes Pereira orgulha-se em proporcionar aos verdadeiros apreciadores um vinho tinto premiado com medalha de prata no Concurso dos Melhores Vinhos do Dão na Produção.
Produzido com uvas das castas recomendadas Touriga Nacional, Tinta Roriz, e um toque de Alfrocheiro, apresenta aroma a frutos vermelhos maduros e uma coloração rubi intensa.
Na boca apresenta uma estrutura corpórea de intensos taninos redondos e prolongados.
É um vinho artesanal, susceptível a precipitação e depósito natural na garrafa. Este vinho pode ser guardado por mais de uma década.
Ao servir, deixe-o respirar e ambientar à temperatura de 18º.
Beba com moderação em ambiente de degustação ou acompanhando carnes de qualidade e iguarias tradicionais.
A produção ocorre integralmente na Quinta Mendes Pereira, e o seu nome apenas é usado no engarrafamento dos lotes de vinho selecionado e premiado.
No final de Julho faz-se a monda que consiste numa pré-vindima em que são podados todos os cachos considerados não adequados ou excessivos para a produção de um vinho de qualidade. Desta forma é eliminada cerca de 1/3 da fruta nas videiras, mas favorece-se um crescimento homogêneo dos cachos e um elevado teor de álcool. Consegue-se assim um padrão elevado, com uma maturação completa das uvas em detrimento do volume da colheita.
A vindima ocorre em finais de Setembro sob os auspícios do padroeiro S. Miguel, como é natural num vinho Português de terras altas. A apanha é feita de forma manual para não danificar ou adulterar as uvas e evitando-se sempre as horas de sol alto, pois a fermentação não pode começar no campo.
Na adega, os frutos são espremidos de modo tradicional num lagar de pedra granítica, e aí permanecendo num estágio de 4 a 6 dias com constante “pisar” humano, sob extremas condições de higiene. Nos vinhos tintos, há que extrair todo o sumo das uvas e transferir toda a coloração da casca para o precioso néctar. Este processo artesanal assegura a melhor transição dos taninos da pele da uva para o mosto dentro do lagar, dada a constante interação em movimento. Consegue-se a total separação do bagaço sem moagem das sementes e da pele, evitando assim os “amargos” provenientes da trituração parcial do bagaço típica de produções não artesanais, ou seja, sem nenhum tipo de adulteração no paladar.
Obtém-se assim uma forte graduação com total controlo da acidez, uma enorme homogeneidade, uma forte coloração, e um intenso odor a frutos vermelhos nos vinhos tintos e de um admirável aroma frutado nos vinhos brancos.
Estes são fermentados a baixas temperaturas e filtrados quinze vezes antes de adquirirem a sua transparência e cintilação tão apreciada.
A fermentação dos tintos processa-se em cubas metálicas revestidas, sendo o estágio assegurado em cubas tradicionais de vitro-cerâmica.
O vinho estabiliza com uma graduação alcoólica normalmente superior a 13,5º (12,5º nos brancos).
Não está previsto o estágio prolongado em madeiras de carvalho, por não ser julgado aconselhável para este tipo de vinho, que não necessita de correções proporcionadas pelo armazenamento em madeira.
Nos tintos, o descanso mínimo do vinho durante um “sono” de 18 meses apenas é perturbado para recolha de amostras para análise e controlo.
A seleção "Garrafeira" descansa durante um período de 36 meses.
Para saber mais, procure a Mendes Preira
No Brasil, procure a Lusitana de vinhos e azeites ltda
11 4508-8880
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

2 comentários:

Anônimo disse...

Ola sou Aquiles Coelho Mendes Pereira e na verdade procuro familiares em izeda, Amancio Mendes Pereia tio de meu avo disem que ainda mora la, meu avo Aquiles Carlos Mendes Pereira que e de izeda fazia vinho com os pes ai nessa regiao, estou com vontade de levalo pois moramos no brasil e meu avo tem 86 anos saiu de izzeda com 22 anos, e muito legal saber que fasem vinhos na mesma regiao, abraço e ate então

Álvaro Cézar Galvão disse...

Aquiles,
Siga meu blog e saberá tudo sobre vinhos.
Da próxima vez, deixe e-mail para contato
Obrigado