quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Herdade Paço do Conde, vinhos em harmonia e Porto Mediterraneo, bom gosto em todos os sentidos.

Meninas e meninos,
Em recente e concorrido almoço no ótimo Dui, onde a Porto Mediterrâneo, assessorada pela sempre competente e linda Cristina Neves, nos brindou com a presença do simpático e bem humorado José António Ferrão Castelo Branco, sócio da S.A Encosta da Guadiana, no Alentejo, ficamos conhecendo um pouco dos vinhos e da história desta sociedade vitivinícola, que tem como enólogo um dos mais laureados e reconhecidos profissionais da Europa, Rui Reguinga.
Castelo Branco nos contou que sua filosofia é a de procurar nichos de mercado onde possa colocar seus vinhos, que estão situados no patamar de pequenas produções, e esclarece que para estes o produtor médio a pequeno, não tem mercado para os vinhos que sejam caros!
Perguntei o que ele classificava como caros, e me disse que para Europa, ou mais especificamente Portugal, o valor médio seria em torno dos E$ 15,00. Passando disso seriam caros.
O cardápio estava muito adequado ao que se iria degustar, a chef Bel Coelho, além de ser ótima profissional, ainda é uma linda mulher, pode?
Começamos por degustar uma novidade da sociedade, que é o seu azeite extra virgem Paço do Conde, extraído das variedades Frantoio, Cobrançosa e Picual, muito equilibrado e de sabor levemente picante, característica da Picual.
Antes do almoço, para nosso conhecimento, foi servido um tinto que chega até nós com preço que realmente chegamos a duvidar pela sua boa qualidade, por volta dos R$ 29,00, quem disse que não podemos ter bons vinhos sendo mais baratos?
Repararam que coloquei o preço antes até de mencionar o vinho? Pois era o Herdade das Albernoas tinto 2008, corte da uvas Trincadeira, Castelão e Aragonez, muito equilibrado e macio.
Para a 1ª entrada, um creme de batatas trufado e com crispy de Jamón Serrano, foi-nos servido o Herdade Paço do Conde branco 2008, um corte de Antão Vaz e Arinto.
Harmonia impecável, mas sem sustos, o tinto anterior não fez feio, já que tinha ótima acidez e pegada para a batata(amido) e o jamón.
Para a salada, que levava macadâmias(fruta seca), figos, Saint Agur e vinagrete de mostarda e limão Siciliano, outra vez vemos o Herdade das Albernoas se saindo bem, de novo pela sua boa acidez.
1º prato Carré de cordeiro ao molho de mostarda Dijon, com riso al salto de mandioquinha, e para acompanhar o Herdade Paço do Conde tinto 2007, corte de Aragonez(40%); Trincadeira(40%); Alicante Bouchet(10%) e Cabernet Sauvignon, que apesar dos seus 14,5% de álcool, este não aparece em demasia, equilibrado e com frutas no olfato, confirmadas em boca, que leva um pequeno toque de madeira, 3 meses, em barricas velas e só parte do vinho.
2º prato Costela de porco ao molho de mel do engenho e gengibre, purê de abóbora e quiabos crocantes no fubá, e para harmonizar, o que em minha opinião foi o achado do encontro, o Herdade Paço do Conde Colheita Selecionada 2007, corte de Touriga Nacional e Syrah, com 14,5% de álcool, muito bem equilibrado com acidez e taninos, que estão presentes, mas do jeito que gosto, sem “rancor”, sem amargar e amarrar demasiado, estão ali, dando complexidade e mostrando sua capacidade de guarda, aliada aos dois fatores anteriores.
Muita fruta, jabuticaba recém colhida, um sutil toque de melaço de engenho, o floral característico da Touriga, macio e aveludado, e foi uma harmonia total com o prato, até por causa do mel de engenho, não é um espetáculo esta arte de harmonizar?
Como diz Castelo Branco, “a melhor crítica aos vinhos é o mercado quem faz!”
A sobremesa, um suflê de chocolate belga, e sorvete de avelãs, se eu disser que comi, minha endócrina, médica que cuida da diabetes me mata, mas ficou ótima com a sugestão do Julio de colocar o Herdade Paço do Conde tinto Reserva 2006, corte de Syrah, Touriga Naciona, Aragonez e Alicante Bouchet.
Dui Restaurante
http://www.duirestaurante.com.br
Porto Mediterraneo
www.portomediterraneo.com.br
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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