Meninas e meninos,
Dando uma pausa nos ainda muitos vinhos que tenho, selecionados para posts, tanto da Expovinis, como no evento do IVDP, escrevo sobre quando estive em almoço no ótimo Restaurante Ávila, convidado pelas eficientes e belas meninas do Gabinete de Comunicação, junto a amigos da área, e degustei vinhos agora trazidos pela nova importadora, a MS Import, do empresário Marcos Simonsen, os rótulos da Bodega Sur de Los Andes.
A Bodega Sur de Los Andes está em Luján de Cuyo, em Mendoza, e obtém as uvas de uma finca familiar em Agrelo e de uma dezena de produtores de Vistalba, Valle de Uco e Medrano. Seus vinhedos têm idades que variam entre 7 a 70 anos,tendo orientação do jovem enólogo Pablo Durigutti, um dos mais importantes especialistas em Malbec e Bonarda de seu país.
Quase a totalidade da produção da Sur de Los Andes, hoje da ordem de 175 mil garrafas/ano, é exportada.
O objetivo da bodega é voltar-se um pouco mais para o mercado interno, chegando a uma proporção “ideal” de 75% para exportações e 25% para o mercado argentino, Guillermo Banfi, seu executivo, espera, ainda, aumentar sua produção para algo em torno de 350 mil garrafas/ano.
Economista, Guillermo em 2002, começou a trabalhar na vinícola do pai, e três anos mais tarde partiu para um negócio só seu, a Bodega Sur de Los Andes, tendo priorizado a produção de vinhos de boa relação preço x qualidade, das castas Malbec, Bonarda e Torrontés.
Degustei a linha Clássica de entrada, onde os rótulos têm cores diferentes para cada varietal, e depois os vinhos mais top, culminando com o que mais me agradou o Infinito, apesar de que o Malbec da linha de entrada é um ótimo vinho para a relação de preço x qualidade.
Começamos pelo
-SUR DE LOS ANDES TORRONTÉS 2010, um pouco mais aromático do que eu particularmente prefiro, mas equilibrado, sem amargor final, característica de muitos dos vinhos desta cepa.
Sur de Los Andes Malbec 2008, corte de 95% Malbec, 4% Bonarda, 1% Cabernet Franc, com mescla de terroirs, 60% da uva Malbec vêm do Valle de Uco(vinhedo com 10
anos), 20% de Medrano(20 anos) e 20% de Agrelo, Luján de
Cuyo(8 anos). As uvas Bonarda e Cabernet Franc vêm de
Agrelo, todos eles, vinhedos em Mendoza.
As altitudes dos vinhedos variam de 950 a 1.100 metros acima do nível do mar;
solos arenoso e argiloso; clima continental com poucas chuvas(250-300 mm ao ano).
Vinho muito bom, equilibrado em acidez e álcool, 14%, passa por madeira ao longo de 5meses, cerca de 30% do vinho, dando-lhe algo de complexidade e maciez, sem perder as muitas frutas no nariz, algo de amanteigado e aveludado. Taninos bem suaves, não é dos mais longos em boca, mas a proposta é a de ser um vinho jovem, fresco e isso ele consegue.
-SUR DE LOS ANDES BONARDA, 2008
Curiosamente tem pouco açúcar residual, em torno de 2,05 g/l, mas o que mais me pareceu doce na boca, creio que a interação com a madeira, mesmo processo do Malbec, e esta cepa, tenham agregado esta característica.
Não é pelo álcool de 13,8%, mas também pode ser pela acidez, ligeiramente menor que os outros tintos.
-SUR DE LOS ANDES BONARDA RESERVA 2008
Já um vinho com mais corpo e presença da madeira, 100% do vinho fica durante 5 meses em carvalho francês e americano.
Álcool 14,2%
-SUR DE LOS ANDES MALBEC GRAN RESERVA 2007
Uvas 90% Malbec e 10% Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc
Vinhedos 50% da uva Malbec vêm de Agrelo(970 m de altitude) e 30%
de Vistalba(1.020 m), vinhedos em Luján de Cuyo, e 20% de
San Carlos, Valle de Uco(1.130 m). Solos arenoso e argiloso; clima continental com poucas chuvas (250-300 mm ao ano)
Após a fermentação, 100% do vinho fica durante 10 meses em barris de carvalho francês e americano.
Com álcool de 14,5%, este vinho é mais floral que o Sur de Los Andes Malbec, com especiarias e um tanino daqueles que particularmente me agradam, se mostrando ainda, dizendo-nos que podemos esperar deste vinho em garrafa.
Equilibrado, é bem gastronômico, harmonizando-se com grelhados, massas com molhos mais densos e queijos amarelos como o Grana-Padano.
-SUR DE LOS ANDES INFINITO CORTE 2006
Uvas 60% Malbec; 20% Cabernet Sauvignon; 10% Cabernet Franc;
10% Bonarda
Vinhedos Malbec de Agrelo e Valle de Uco: Cabernet Sauvignon de Valle
de Uco, Cabernet Franc e Bonarda de Agrelo. Solos arenoso e
argiloso; clima continental com poucas chuvas(250-300 mm ao ano).
De todos os rótulos degustados o que mais gostei, sendo que as uvas foram colhidas mais tardiamente do que as outras dos outros rótulos em ao menos uma semana, tendo uma produção entre 5.000 kg/ha e 6.500 kg/ha.
Não sofre filtragem, os cuidados com a seleção e prensagem são mais extremados, e após a fermentação, 100% do vinho fica durante 15 meses em barris de carvalho francês e americano.
Álcool de 14,6% equilibrado com acidez e taninos, e estes estão ali se mostrando, gostosos, próprios para uma boa carne vermelha braseada, assada em forno e também com molhos, pois tem álcool e taninos para enxugar a suculência e gorduras.
Sem demasiada madeira no olfato, com chocolate, café, algo de couro, frutado, lembrando ameixas e outras frutas vermelhas bem maduras, sutil floral, longo e com especiarias no retro-olfato.
Eu, recomendaria servi-lo em torno dos 18º, não mais do que isso, e se possível abri-lo com antecedência ou mesmo decanta-lo para que seus aromas se mostrem mais de pronto.
São feitas apenas 5000 garrafas por ano, pois cada safra utiliza um corte das melhores uvas disponíveis, podendo variar de ano para ano.
Não costumo colocar preços, sabem disso, pois assim creio ser mais interessante, sabendo todos, que só descrevo o que degusto e, além disso, do que gosto, mas os preços da MS, valem ser conferidos.
Por exemplo, este rótulo que mais me agradou custa cerca de R$ 112,00.
MS Import
www.msimport.com
Dando uma pausa nos ainda muitos vinhos que tenho, selecionados para posts, tanto da Expovinis, como no evento do IVDP, escrevo sobre quando estive em almoço no ótimo Restaurante Ávila, convidado pelas eficientes e belas meninas do Gabinete de Comunicação, junto a amigos da área, e degustei vinhos agora trazidos pela nova importadora, a MS Import, do empresário Marcos Simonsen, os rótulos da Bodega Sur de Los Andes.
A Bodega Sur de Los Andes está em Luján de Cuyo, em Mendoza, e obtém as uvas de uma finca familiar em Agrelo e de uma dezena de produtores de Vistalba, Valle de Uco e Medrano. Seus vinhedos têm idades que variam entre 7 a 70 anos,tendo orientação do jovem enólogo Pablo Durigutti, um dos mais importantes especialistas em Malbec e Bonarda de seu país.
Quase a totalidade da produção da Sur de Los Andes, hoje da ordem de 175 mil garrafas/ano, é exportada.
O objetivo da bodega é voltar-se um pouco mais para o mercado interno, chegando a uma proporção “ideal” de 75% para exportações e 25% para o mercado argentino, Guillermo Banfi, seu executivo, espera, ainda, aumentar sua produção para algo em torno de 350 mil garrafas/ano.
Economista, Guillermo em 2002, começou a trabalhar na vinícola do pai, e três anos mais tarde partiu para um negócio só seu, a Bodega Sur de Los Andes, tendo priorizado a produção de vinhos de boa relação preço x qualidade, das castas Malbec, Bonarda e Torrontés.
Degustei a linha Clássica de entrada, onde os rótulos têm cores diferentes para cada varietal, e depois os vinhos mais top, culminando com o que mais me agradou o Infinito, apesar de que o Malbec da linha de entrada é um ótimo vinho para a relação de preço x qualidade.
Começamos pelo
-SUR DE LOS ANDES TORRONTÉS 2010, um pouco mais aromático do que eu particularmente prefiro, mas equilibrado, sem amargor final, característica de muitos dos vinhos desta cepa.
Sur de Los Andes Malbec 2008, corte de 95% Malbec, 4% Bonarda, 1% Cabernet Franc, com mescla de terroirs, 60% da uva Malbec vêm do Valle de Uco(vinhedo com 10
anos), 20% de Medrano(20 anos) e 20% de Agrelo, Luján de
Cuyo(8 anos). As uvas Bonarda e Cabernet Franc vêm de
Agrelo, todos eles, vinhedos em Mendoza.
As altitudes dos vinhedos variam de 950 a 1.100 metros acima do nível do mar;
solos arenoso e argiloso; clima continental com poucas chuvas(250-300 mm ao ano).
Vinho muito bom, equilibrado em acidez e álcool, 14%, passa por madeira ao longo de 5meses, cerca de 30% do vinho, dando-lhe algo de complexidade e maciez, sem perder as muitas frutas no nariz, algo de amanteigado e aveludado. Taninos bem suaves, não é dos mais longos em boca, mas a proposta é a de ser um vinho jovem, fresco e isso ele consegue.
-SUR DE LOS ANDES BONARDA, 2008
Curiosamente tem pouco açúcar residual, em torno de 2,05 g/l, mas o que mais me pareceu doce na boca, creio que a interação com a madeira, mesmo processo do Malbec, e esta cepa, tenham agregado esta característica.
Não é pelo álcool de 13,8%, mas também pode ser pela acidez, ligeiramente menor que os outros tintos.
-SUR DE LOS ANDES BONARDA RESERVA 2008
Já um vinho com mais corpo e presença da madeira, 100% do vinho fica durante 5 meses em carvalho francês e americano.
Álcool 14,2%
-SUR DE LOS ANDES MALBEC GRAN RESERVA 2007
Uvas 90% Malbec e 10% Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc
Vinhedos 50% da uva Malbec vêm de Agrelo(970 m de altitude) e 30%
de Vistalba(1.020 m), vinhedos em Luján de Cuyo, e 20% de
San Carlos, Valle de Uco(1.130 m). Solos arenoso e argiloso; clima continental com poucas chuvas (250-300 mm ao ano)
Após a fermentação, 100% do vinho fica durante 10 meses em barris de carvalho francês e americano.
Com álcool de 14,5%, este vinho é mais floral que o Sur de Los Andes Malbec, com especiarias e um tanino daqueles que particularmente me agradam, se mostrando ainda, dizendo-nos que podemos esperar deste vinho em garrafa.
Equilibrado, é bem gastronômico, harmonizando-se com grelhados, massas com molhos mais densos e queijos amarelos como o Grana-Padano.
-SUR DE LOS ANDES INFINITO CORTE 2006
Uvas 60% Malbec; 20% Cabernet Sauvignon; 10% Cabernet Franc;
10% Bonarda
Vinhedos Malbec de Agrelo e Valle de Uco: Cabernet Sauvignon de Valle
de Uco, Cabernet Franc e Bonarda de Agrelo. Solos arenoso e
argiloso; clima continental com poucas chuvas(250-300 mm ao ano).
De todos os rótulos degustados o que mais gostei, sendo que as uvas foram colhidas mais tardiamente do que as outras dos outros rótulos em ao menos uma semana, tendo uma produção entre 5.000 kg/ha e 6.500 kg/ha.
Não sofre filtragem, os cuidados com a seleção e prensagem são mais extremados, e após a fermentação, 100% do vinho fica durante 15 meses em barris de carvalho francês e americano.
Álcool de 14,6% equilibrado com acidez e taninos, e estes estão ali se mostrando, gostosos, próprios para uma boa carne vermelha braseada, assada em forno e também com molhos, pois tem álcool e taninos para enxugar a suculência e gorduras.
Sem demasiada madeira no olfato, com chocolate, café, algo de couro, frutado, lembrando ameixas e outras frutas vermelhas bem maduras, sutil floral, longo e com especiarias no retro-olfato.
Eu, recomendaria servi-lo em torno dos 18º, não mais do que isso, e se possível abri-lo com antecedência ou mesmo decanta-lo para que seus aromas se mostrem mais de pronto.
São feitas apenas 5000 garrafas por ano, pois cada safra utiliza um corte das melhores uvas disponíveis, podendo variar de ano para ano.
Não costumo colocar preços, sabem disso, pois assim creio ser mais interessante, sabendo todos, que só descrevo o que degusto e, além disso, do que gosto, mas os preços da MS, valem ser conferidos.
Por exemplo, este rótulo que mais me agradou custa cerca de R$ 112,00.
MS Import
www.msimport.com
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
Álvaro Cézar Galvão
2 comentários:
Costumava comprar esses rótulos da Grand Cru! Pois é, vinho bem feito, com bom preço!
Abraços
Evelyn Fligeri
PS: Dê uma passadinha lá no meu blog e confira a foto que fizemos juntos na Expovinis!
Bacana Evelyn
Postar um comentário