terça-feira, 3 de maio de 2011

Solera 1847 um Jerez que vale a pena degustar



Meninas e meninos,
Em se tratando de vinhos fortificados, sou sempre entusiasta, e degustei um, trazido pela Inovini,a divisão de vinhos da Aurora Importadora, que me agradou muito: o Jerez Oloroso Doce Solera 1847.
Para explicar um pouco sobre o Jerez, esta é uma das mais famosas regiões vinícolas da Espanha, fica mais próxima da costa atlântica, nas cercanias das cidades de Jerez de la Frontera, San Lúcar de Barrameda e El Puerto de Santa María, perto de Cadiz.

O Jerez é um vinho fortificado, ou seja, daqueles que recebem a adição de aguardente vínica, No Porto a aguardente é adicionada durante a fermentação, interrompendo-a e originando um vinho doce, enquanto no Jerez ela é adicionada após a fermentação ser concluída, dando um vinho seco. Devido ao seu modo único de vinificação em soleras e às uvas utilizadas, seus aromas e gosto são muito particulares. O Jerez sempre é um corte de vinhos de vários anos diferentes e não de uma só safra.
Este tipo de vinho é envelhecido pelo sistema conhecido como Solera, onde são utilizados barris de carvalho americano, denominados botas, com capacidade para 600 litros, cheios até 5/6 de sua capacidade.
Na maioria das vinificações onde o vinho passa por barris, o mesmo é fechado, não permitindo a entrada de oxigênio, em Jerez eles são abertos, para permitir que o vinho seja aerado, principalmente pela brisa do sudoeste. Terminada a fermentação alcoólica e esgotados os açúcares do mosto, as leveduras sobem até a superfície e formam uma película, o velo de flor (véu de flor) ou simplesmente flor de Jerez. Esses microorganismos permanecem na superfície do vinho, e aí, na presença do oxigênio do ar, transformam alguns componentes do vinho. Esse processo de intensa e contínua ação metabólica das leveduras da flor denomina-se crianza biológica e, na realidade, é um envelhecimento biológico do vinho, e confere as características organolépticas únicas do Jerez.
Os barris são colocadas em, pelo menos, três fileiras sobrepostas. A primeira, a solera, colocada no chão, contém o vinho mais velho pronto para ser engarrafado e as que estão sobre ela denominam-se criaderas. A quantidade de vinho que é retirada da solera é reposta com o vinho da fileira logo acima, a primeira criadera, que por sua vez é completada com o vinho da fileira superior, a segunda criadera e assim por diante, até a criadera superior, a mais jovem, que é preenchida com o vinho mais novo daquele ano.
Todos os tipos de Jerez precisam envelhecer por pelo menos três anos e este é o mínimo para os Finos e os Manzanillas. Os Amontillados são envelhecidos por, no mínimo, cinco anos e os Olorosos sete anos.

Fino - é pálido da cor da palha, seco, com um aroma delicado de torrefação e de nozes, seco e leve no paladar e envelhecido sob a "flor". Deve ser servido ligeiramente gelado.
Manzanilla - é um Fino muito seco, exclusivo das bodegas de Sanlúcar de Barrameda, onde é envelhecido sob a "flor". Possui as características do Fino, acrescidas de aroma e gosto da brisa marítima que existe nas bodegas de Sanlúcar. Também deve ser servido ligeiramente gelado.
Amontillado - tem cor âmbar, é seco, envelhecido e tem aroma de nozes, porém mais intenso e mais fresco do que os dois anteriores. Na boca é mais macio e encorpado.
Oloroso – seco, às vezes doce, envelhecido, encorpado, da cor âmbar do mogno e, como o seu nome sugere, seus aromas são fragrantes e intensos e lembram também a nozes.
Palo Cortado – seco, envelhecido, muito pouco produzido.
Pale Cream - de cor de palha bem pálida e com aromas de torrefação é macio e doce no paladar.
Pedro Ximenez – doce produzido por poucas vinícolas, equivale ao tipo anterior.
Cream - é um Oloroso muito doce feito com a uva Pedro Ximenez. Tem cor de mogno bem escuro e aromas de torrefação intensos e delicados. No palato é bem doce, redondo, aveludado e bem encorpado.
Feita esta apresentação deste tipo fantástico, de vinho e vinificação, o que degustei na Expovinis, no stand da Inovini é o Solera 1847, oloroso doce, um corte das uvas Palomino e Pedro Ximenez e feito pela casa produtora Gonzàlez Byass, fundada em 1835, e que faz o conhecido Tio Pepe.
As uvas Pedro Ximénez seguem o processo “soleo”: após colhidas, são deixadas sobre esteiras expostas ao sol por vários dias para que desidratem e incrementem sua concentração de açúcares. As uvas são prensadas separadas. A Palomino de maneira suave para se obter mostos aromáticos e a Pedro Ximénez de modo a se extrair um alto conteúdo de açúcares. Depois da fermentação, classificação e fortificação, cada vinho amadurece em “soleras” independentes (Oloroso e Pedro Ximénez). Depois os vinhos são mesclados e amadurecem na Solera 1847 por um período médio de 8 anos.
Tem 18% de álcool bem equilibrado em acidez, por isso não é enjoativo, mas atenção, deve-se servir este vinho no máximo na temperatura ao redor dos 15º C, pois caso contrário, não será fácil entende-lo.
Ótimo vinho para ser bebido solo ou acompanhado de gastronomias, pode ser harmonizado com queijos mais salgados, bolos com frutas secas, como passas, figos, nozes, amêndoas etc...
Inovini,
11 3623 2288
www.inovini.com.br

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

4 comentários:

Janice Prado Fotografia disse...

Este deu vontade!
:D
Na próxima oportunidade vou experimentar também!
Abç

P.S ) te enviei o email, se precisares de fotógrafa, entra em contato!

Álvaro Cézar Galvão disse...

Janice, obrigado por interagir.
Não deixe de degustar, é muito bom vale a pena conhecer.
Beijos de luz
Álvaro Cézar Galvão

Odair Marcelo disse...

Álvaro! Obrigado pela poetagem acompanhada da bela argumentação! Eu também pude degusta-ló na Expovinis, e o achei igualmente maravilhoso! Presença de chocolate e café bem marcantes! Eu hamonizaria com um Creme Brulèe, abraço! Marcelo

Álvaro Cézar Galvão disse...

Marcelo, quem agradece sou eu.Realmente um Crema Catalán(creme Brrlèe) mas que os espanhóis assim chama e garantesm que a invenção é deles, devido ao dulçor e boa acidez deve cair muito bem com este Jerez.
Abraços de luz