terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Tornar o vinho mais assíduo nas taças brasileiras é fruto de ação conjunta.

Meninas e meninos,

Para logo iniciarmos o ano, gostaria de focalizar um ponto que tenho debatido e encontrado eco em muitas opiniões.
Para se criar a cultura de degustarmos vinhos, fico me perguntando se este título leva aos leitores a uma compreensão do que seria ação conjunta, e justamente por isso é que o escolhi.
Esta bebida maravilhosa em seus vários aspectos, desde a “simplicidade” de sua provável descoberta (algum dia, alguém deixou uma quantidade maior de uvas em um recipiente, que com o peso de umas sobre as outras, ocasionou o esmagamento das mesmas, e conseqüente inicio de fermentação das mesmas, que nada mais é do que o processo, rudimentar é claro, da vinificação).
Além deste, temos outros aspectos que nos levam a lembrar do vinho como bebida perfeita. Como exemplo, lembro o aspecto religioso que se lhe é atribuído.
O fácil acompanhamento das mais variadas refeições e gastronomias, já que temos uma grande quantidade de variações de sabores, aromas e graduações alcoólicas dependendo das uvas que o compõem, o que fica demonstrado pela cultura regional nos países mais tradicionais em vinificação.
Por ser uma bebida de teor alcoólico relativamente baixo, pode ser bebido pelos menos resistentes.
Os temos também para as ocasiões onde os doces e frutas estão à mesa, e por aí vai.
E por que então consumimos tão pouco este néctar se for comparado com outras bebidas?
Ou mesmo com o consumo de outros países, lembrando que o velho mundo, berço das colonizações do novo mundo, tem expressivos consumos?
No Brasil, tivemos influência dos portugueses, espanhóis, holandeses, franceses, e mais recentemente dos italianos e alemães, todos oriundos de cultura acostumada à vinificação e consumo de vinhos.
Por que então não assimilamos o hábito de consumo desta bebida?
Bem, creio que por algum tempo, por não termos uma produção suficiente, tanto em quantidade como qualidade, que pudéssemos chamar de vinho, o que nos últimos anos, já não serve de razão.
Gostaria de ver nossos vinhateiros, vinícolas, representantes de importadoras e governos, juntos em uma cruzada que propicie aos neófitos, a chance de conhecer o vinho, de prová-lo às refeições, e assim criar a cultura do conhecimento e a busca pelo aprimoramento.
Tanto tem se falado sobre os efeitos benéficos do consumo moderado do vinho, e pouco se vê de incremento de consumo.
Preços são talvez um obstáculo, mas vemos que os gastos com outras bebidas em muito superam o gasto eventual em uma garrafa de bom vinho.
Quando todos estivermos unidos em propagar a cultura da degustação do vinho, venderemos mais, e assim poderemos ter melhores preços, já que se ganha em escala, e também o salto qualitativo certamente.
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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