quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mercovino apresenta palestra com o proprietário da Domaine Duseigneur – Côtes du Rhône.


 

 

Meninas e meninos,
Ouvir e absorver os ensinamentos de Frederic Duseigneur sobre a biodinâmica, até trazem à ciência, uma luz menos exotérica, pois traduzindo em palavras os atos, cuidar da terra como sempre cuidaram nossos antepassados, não é muito complicado de se entender.
Consultor em biodinâmica, que aprendeu com Bouchet, Frederic e seu irmão Bernardo, cuidam da propriedade da família, a Domaine Duseigneur, fundada em 1967 por seu pai, Jean Duseigneur, a partir de uma gleba perto de Avignon, onde havia uma floresta ainda virgem.
Com a ajuda de Philippe Faure-Brac, eleito o melhor sommelier do mundo em 1992, o qual se tornou parceiro dos irmãos, estes fazem parte hoje na França dos apenas 8% praticantes da agricultura orgânica, inseridos nos 1% que praticam a biodinâmica.
Uma das coisas que mais me chamaram a atenção e que sempre digo em aulas que dou, Frederic mencionou, quando disse que os clones de cepas viníferas usados no mundo são cada vez mais os mesmos, daí eu dizer aos alunos que os vinhos soam a mim tão parecidos entre si, que não gosto das tais degustações comparativas de cepas, como por exemplo, comparar Merlots do novo e velho mundos. Qual tipicidade estaremos elencando?
Os irmãos Duseigneur usam seleção Massal, ou seja cada planta é um indivíduo com suas características, virtudes e defeitos.
Mas falando dos vinhos provei 3 vinhos na aula dada, gostei de todos, mas começo pelos que mais me agradaram:

-Antarés 2009 Lirac, corte de 60% Grenache, 20% Mouvedre e 20% Syrah, esta última com passagem por madeira por cerca de 12 meses.
Álcool de 14%, integrado com taninos ainda presentes e macios e ótima acidez.
Olfato lácteo lembrando “Yakult”, pudim de leite e ovos com aquele caramelo em calda, muita fruta madura, e uma sutil especiaria doce. Em boca confirma o frutado em geleia, o caramelo, e com o passa do tempo em taça surge um animal, completado por couro e tabaco.
-Domaine Duseigneur Laudun Par Philippe Faure-Brac 2005, corte de 60% Grenache e 40% Syrah, esta com passagem de 12meses em madeira.
Ligeiramente mais alcoólico que o anterior, cerca de 0,5% mais, no olfato surgem notas animais, um certo acídulo que se transforma depois em cascas de laranja, o lácteo e o frutado que abre em doces de tacho como a marmelada. Em boca confirma o frutado, o lácteo, taninos ainda presentes, equilibrado, longo e convidativo.
-Le Chapelle de Mayran 2009, mesmo corte do Antarés, agora sem madeira alguma, o mais floral deles, especiarias variadas como a pimenta, a noz moscada, frutado, também surge um mineral. Em boca confirma o frutado, as especiarias principalmente a pimenta do reino, pimentão( sem o desagradável da pirazina em excesso).
Como disse Frederic se observarmos a natureza, podemos ver que o ar é bom para as flores, o frio para as raízes, o calor para os frutos, simples assim!
Na foto a sequência da degustação, da esquerda para a direta e suas respectivas taças.
Mercovino
http://www.mercovino.com.br
Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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