Meninas e meninos,
Sou apreciador de bons vinhos, sejam eles de safras bem novas,que claro,têm seu encanto,como os que se mantêm íntegros atravésdas décadas,trazendo com a idade nuances especiais.
Degustei
recentemente um Jerez Oloroso, o Marques del Mérito, que ainda trazia uma
cápsula de estanho envolvendo a rolha de diminutas dimensões para os padrões de
hoje, que estimamos, Ennio Federico( a companhia especial citada no título) e
eu ter de 60 a 70 anos. Mas o que vem a
ser um Jerez?
O Jerez (ou Sherry) vem do sudoeste da
Espanha, da região de mesmo nome, na Andaluzia, que fazia vinhos desde a
chegada dos fenícios, cerca de 1100 AC, e dos romanos. O local ganhou
posteriormente o nome de Sherish, com a invasão árabe em 711.
Cobiçado desde os tempos antigos, o Jerez quase desapareceu durante o domínio mouro, pois a religião muçulmana proíbe o consumo de álcool. A desculpa usada pela população local para salvar este verdadeiro patrimônio espanhol foi a de que as uvas serviam também como alimento para os guerreiros. Com a ascensão cristã, o vinho passou a ser normatizado e largamente comercializado na Europa e recém-descoberta América.
O Jerez é produzido entre três cidades que formam um triângulo: Puerto de Santa Maria, Sanlúcar de Barrameda e Jerez de La Frontera, abençoadas pela insolação ideal e pelo solo poroso e branco, chamado de albariza. As principais uvas utilizadas em sua criação são a Pedro Ximenez, a Moscatel, a Palomino de Jerez e Palomino Fino.
Dizem alguns que o Jerez não é um vinho feito pelo homem, mas um vinho feito pela natureza, tão peculiar é a sua produção. Depois de colhidas, as uvas são desengaçadas e prensadas para a retirada do mosto. Colocado em barricas de 600 ml, abertas por cerca de 3 meses, e é aqui onde entra a mão da Mãe Natureza, como vinho se encontra em ambiente “aberto” algumas leveduras entram nos recipientes. Estas leveduras criam um véu, ou flor, uma camada que não permite a oxidação e ao mesmo tempo agregam nutrientes à bebida.
Esta camada pode ser muito espessa, fina ou nem mesmo ser formada, visto ser advinda de leveduras autóctones. A mais grossa dá o início do chamado Jerez Fino (cor palha e aroma pronunciado, mas delicado, ligeiro, seco e pouco ácido), a de meio termo é a do Jerez Amontillado (de cor âmbar, aroma mais atenuado, de avelãs, seco e pleno ao paladar), a não-existente, por fim, é o ponto de partida para o Jerez Oloroso (escuro e de aroma intenso, pode variar de seco a doce).
As bebidas são acrescidas de aguardente vínica: 15% de álcool no caso do Jerez Fino e Amontillado e 18% para o Oloroso, que corta a ação das leveduras e permite oxigenação na madeira. Em seguida são encaminhadas para barricas(botas) igualmente peculiares, dispostas em fileiras e empilhadas. Em contato com o solo ficam as soleras (que abrigam os vinhos mais antigos), e no topo ficam entre uma ou duas camadas de criaderas( vinhos mais jovens).
O complexo processo deposita nas camadas abaixo o vinho jovem, para dar lugar à nova safra, e este na mesma proporção, vai para as camadas intermediárias e mesmo acontece chegando à solera, ao final de cerca de 8 anos, depois de ser transferido entre várias botas. O Jerez normalmente ganha a data da barrica onde foi inicialmente colocado.
Além dos três tipos de Jerez citados anteriormente, há também o raro Palo Cortado (intermediário entre o Amontillado e Oloroso, com aroma do primeiro e cor do segundo); o doce e aromático Pedro Ximenez (feito com a uva de mesmo nome); Moscatel (similar ao anterior, mas mais escuro e com aromas da uva que lhe empresta o nome); o ligeiro Manzanilla (tal como o Fino, mas feito em Sanlúcar de Barrameda, com influência do mar); e o suave Cream (uma combinação de Oloroso e Amontillado).
Para se beber e melhor apreciar o Jerez, um copo típico, a copita é utilizado e deve-se observar bem a temperatura de serviço:
Cobiçado desde os tempos antigos, o Jerez quase desapareceu durante o domínio mouro, pois a religião muçulmana proíbe o consumo de álcool. A desculpa usada pela população local para salvar este verdadeiro patrimônio espanhol foi a de que as uvas serviam também como alimento para os guerreiros. Com a ascensão cristã, o vinho passou a ser normatizado e largamente comercializado na Europa e recém-descoberta América.
O Jerez é produzido entre três cidades que formam um triângulo: Puerto de Santa Maria, Sanlúcar de Barrameda e Jerez de La Frontera, abençoadas pela insolação ideal e pelo solo poroso e branco, chamado de albariza. As principais uvas utilizadas em sua criação são a Pedro Ximenez, a Moscatel, a Palomino de Jerez e Palomino Fino.
Dizem alguns que o Jerez não é um vinho feito pelo homem, mas um vinho feito pela natureza, tão peculiar é a sua produção. Depois de colhidas, as uvas são desengaçadas e prensadas para a retirada do mosto. Colocado em barricas de 600 ml, abertas por cerca de 3 meses, e é aqui onde entra a mão da Mãe Natureza, como vinho se encontra em ambiente “aberto” algumas leveduras entram nos recipientes. Estas leveduras criam um véu, ou flor, uma camada que não permite a oxidação e ao mesmo tempo agregam nutrientes à bebida.
Esta camada pode ser muito espessa, fina ou nem mesmo ser formada, visto ser advinda de leveduras autóctones. A mais grossa dá o início do chamado Jerez Fino (cor palha e aroma pronunciado, mas delicado, ligeiro, seco e pouco ácido), a de meio termo é a do Jerez Amontillado (de cor âmbar, aroma mais atenuado, de avelãs, seco e pleno ao paladar), a não-existente, por fim, é o ponto de partida para o Jerez Oloroso (escuro e de aroma intenso, pode variar de seco a doce).
As bebidas são acrescidas de aguardente vínica: 15% de álcool no caso do Jerez Fino e Amontillado e 18% para o Oloroso, que corta a ação das leveduras e permite oxigenação na madeira. Em seguida são encaminhadas para barricas(botas) igualmente peculiares, dispostas em fileiras e empilhadas. Em contato com o solo ficam as soleras (que abrigam os vinhos mais antigos), e no topo ficam entre uma ou duas camadas de criaderas( vinhos mais jovens).
O complexo processo deposita nas camadas abaixo o vinho jovem, para dar lugar à nova safra, e este na mesma proporção, vai para as camadas intermediárias e mesmo acontece chegando à solera, ao final de cerca de 8 anos, depois de ser transferido entre várias botas. O Jerez normalmente ganha a data da barrica onde foi inicialmente colocado.
Além dos três tipos de Jerez citados anteriormente, há também o raro Palo Cortado (intermediário entre o Amontillado e Oloroso, com aroma do primeiro e cor do segundo); o doce e aromático Pedro Ximenez (feito com a uva de mesmo nome); Moscatel (similar ao anterior, mas mais escuro e com aromas da uva que lhe empresta o nome); o ligeiro Manzanilla (tal como o Fino, mas feito em Sanlúcar de Barrameda, com influência do mar); e o suave Cream (uma combinação de Oloroso e Amontillado).
Para se beber e melhor apreciar o Jerez, um copo típico, a copita é utilizado e deve-se observar bem a temperatura de serviço:
Finos
e Manzanillas de 7 a 9 º C; Moscatéis 5 º C; Olorosos 16 º C ; Amontillados 14
º C ; Palo Cortado 15 º C ;e Pedro Ximenez 17 º C. Jovens, o Fino e o
Manzanilla podem ser bebidos logo após o engarrafamento e depois de abertos o
mais rápido possível. Olorosos e Amontillados duram de um a dois meses depois
de abertos. Pois
voltando ao nosso Marques del Mérito, sua rolha estava encharcada, denotando
talvez ter sido guardado por longo tempo com sua garrafa em pé, ressecando-a,
pedindo utensilho próprio para abri-la, já que um abridor comum não seria bom,
e o arsenal do Ennio estava lá para isso mesmo. Não apresentou anormalidades olfativas, sua
cor na copita um âmbar, aromas delicados de frutas secas, como damasco,
amêndoas e avelãs, algo adocicado como mel(floral), boca delicada, ainda com
certa acidez, dulçor mínimo, longo, frutas secas se confirmando principalmente
damascos e amêndoas. Deu vontade de acabar com a garrafa, e foi o que acabou
acontecendo, pois harmonizamos com alguns petiscos como damascos secos, nozes e
amêndoas, e um bom papo entre amigos. Quer mais para se degustar um ótimo vinho
que estimamos ter mais ou menos 60 a 70 anos?
De
importação exclusiva de casa importadora de Santos, nada mais dizia para sua
identificação.
Até o próximo brinde!
Álvaro
Cézar Galvão
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